São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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Rival ataca política externa e põe presidente do Irã na defensiva

Reformistas se unem em "campanha de mentiras", diz Ahmadinejad em debate

DA REDAÇÃO

O principal adversário nas eleições do próximo dia 12 do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, o acusou ontem de impor uma política exterior nociva e degradar internacionalmente o país ao questionar o Holocausto. "Devemos ser pragmáticos na arena internacional", afirmou o ex-premiê Mir Hossein Mousavi.
"Há uma crescente tensão [sob o governo de Ahmadinejad]... Isso atende aos nossos interesses?", questionou Mousavi, em debate transmitido nacionalmente. Principal candidato do campo reformista, favorável a melhores relações com o Ocidente e aos direitos civis, ele disse que o estilo centralizador do presidente está levando o Irã a uma "ditadura".
As críticas colocaram Ahmadinejad na defensiva. Acuado, ele acusou dois ex-presidentes -Mohammad Khatami (1997-2005) e Hashem Rafsanjani (1989-1997)- de unirem forças a Mousavi numa "campanha de mentiras".
Khatami renunciou à própria candidatura para endossar Mousavi. Já Rafsanjani apoia Mehdi Karubi, ex-presidente do Parlamento (equivalente a vice-presidente), que acusa Ahmadinejad de comprar votos.
O presidente disputa a reeleição em cenário marcado pela inflação e pela queda do preço do petróleo, produto de exportação principal do país. Mas ainda é favorito, por ter apoio dos mais pobres e dos Guardiães da Revolução -líderes religiosos que detêm o poder de fato no Irã.
A experiência na área econômica é um dos principais trunfos de Mousavi. Último premiê antes da extinção do cargo, ele é respeitado por ter impedido que a economia naufragasse durante a guerra com o Iraque, nos anos 80.
Todos os candidatos dizem que o Irã deve continuar enriquecendo urânio com fins pretensamente pacíficos. Mas os EUA, que questionam os objetivos de programa nuclear iraniano, avaliam que uma derrota de Ahmadinejad facilitaria a distensão diplomática.


Com agências internacionais


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