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Rival ataca política externa e põe presidente do Irã na defensiva
Reformistas se unem em "campanha de mentiras", diz Ahmadinejad em debate
DA REDAÇÃO
O principal adversário nas
eleições do próximo dia 12 do
presidente iraniano, Mahmoud
Ahmadinejad, o acusou ontem
de impor uma política exterior
nociva e degradar internacionalmente o país ao questionar o
Holocausto. "Devemos ser
pragmáticos na arena internacional", afirmou o ex-premiê
Mir Hossein Mousavi.
"Há uma crescente tensão
[sob o governo de Ahmadinejad]... Isso atende aos nossos interesses?", questionou Mousavi, em debate transmitido nacionalmente. Principal candidato do campo reformista, favorável a melhores relações
com o Ocidente e aos direitos
civis, ele disse que o estilo centralizador do presidente está
levando o Irã a uma "ditadura".
As críticas colocaram Ahmadinejad na defensiva. Acuado,
ele acusou dois ex-presidentes
-Mohammad Khatami (1997-2005) e Hashem Rafsanjani
(1989-1997)- de unirem forças
a Mousavi numa "campanha de
mentiras".
Khatami renunciou à própria
candidatura para endossar
Mousavi. Já Rafsanjani apoia
Mehdi Karubi, ex-presidente
do Parlamento (equivalente a
vice-presidente), que acusa Ahmadinejad de comprar votos.
O presidente disputa a reeleição em cenário marcado pela
inflação e pela queda do preço
do petróleo, produto de exportação principal do país. Mas
ainda é favorito, por ter apoio
dos mais pobres e dos Guardiães da Revolução -líderes religiosos que detêm o poder de
fato no Irã.
A experiência na área econômica é um dos principais trunfos de Mousavi. Último premiê
antes da extinção do cargo, ele é
respeitado por ter impedido
que a economia naufragasse
durante a guerra com o Iraque,
nos anos 80.
Todos os candidatos dizem
que o Irã deve continuar enriquecendo urânio com fins pretensamente pacíficos. Mas os
EUA, que questionam os objetivos de programa nuclear iraniano, avaliam que uma derrota de Ahmadinejad facilitaria a
distensão diplomática.
Com agências internacionais
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