São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2010

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Japão deve ter ministro das Finanças como premiê

Naoto Kan é o favorito em disputa pela sucessão de Yukio Hatoyama

Troca almeja reverter descrédito no governo depois da quebra da promessa de tirar base dos EUA de Okinawa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No dia seguinte à renúncia do premiê japonês, Yukio Hatoyama, o ministro das Finanças, Naoto Kan, conquistou o apoio de potenciais adversários e se tornou o seu mais provável sucessor.
Nesta sexta (horário local), o Partido Democrático do Japão (PDJ) elegeu Kan o seu novo líder, confirmando previsões de analistas.
Como a legenda controla a principal Casa do Parlamento japonês, a Câmara Baixa, ele provavelmente será nomeado premiê. Mas, até o fechamento desta edição, a votação não havia ocorrido.
O novo primeiro-ministro encontrará o gabinete vazio. Todos os ministros já entregaram os seus cargos.
O PDJ chegou ao poder em agosto passado, após derrotar o conservador Partido Liberal Democrata, que governou o país quase ininterruptamente desde os anos 1950.
Em oito meses, porém, Hatoyama viu sua popularidade cair, principalmente depois de recuar em relação à promessa de retirar uma base militar americana da ilha japonesa de Okinawa.
A base, resquício da Segunda Guerra Mundial, abriga cerca de 35 mil soldados americanos e é extremamente impopular na região.
Caso sua escolha seja confirmada, Kan, 63, terá de melhorar a imagem da sigla até a próxima eleição para a Câmara Alta, que será em julho.
Ele sinalizou que manteria a maioria dos colegas ministros e evitou comentar questões internacionais -para analistas, é improvável que ele desafie o acordo militar com os EUA, já oficializado.

DÍVIDA PÚBLICA
Kan assumiu o Ministério das Finanças em janeiro com grandes desafios. O Japão tem a maior dívida pública entre países industrializados -o valor deve chegar a 115% do PIB nos próximos anos- e uma população envelhecida e e declínio numérico.
Para combater os problemas, Kan tem pregado medidas de rigor fiscal, como elevar o imposto sobre a venda de bens e serviços (hoje 5%).
"Ele tem histórico de não recuar", diz o analista político Tobias Harris. Kan ainda representaria uma ruptura em relação aos últimos premiês, cujos pais ou avôs também ocuparam o cargo.
Ele tentará romper a sina dos últimos quatro premiês japoneses, que não ficaram mais de um ano no poder.


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