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Japão deve ter ministro das Finanças como premiê
Naoto Kan é o favorito em disputa pela sucessão de Yukio Hatoyama
Troca almeja reverter descrédito no governo depois da quebra da promessa de tirar base dos EUA de Okinawa
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
No dia seguinte à renúncia
do premiê japonês, Yukio
Hatoyama, o ministro das Finanças, Naoto Kan, conquistou o apoio de potenciais adversários e se tornou o seu
mais provável sucessor.
Nesta sexta (horário local),
o Partido Democrático do Japão (PDJ) elegeu Kan o seu
novo líder, confirmando previsões de analistas.
Como a legenda controla a
principal Casa do Parlamento japonês, a Câmara Baixa,
ele provavelmente será nomeado premiê. Mas, até o fechamento desta edição, a votação não havia ocorrido.
O novo primeiro-ministro
encontrará o gabinete vazio.
Todos os ministros já entregaram os seus cargos.
O PDJ chegou ao poder em
agosto passado, após derrotar o conservador Partido Liberal Democrata, que governou o país quase ininterruptamente desde os anos 1950.
Em oito meses, porém, Hatoyama viu sua popularidade
cair, principalmente depois
de recuar em relação à promessa de retirar uma base
militar americana da ilha japonesa de Okinawa.
A base, resquício da Segunda Guerra Mundial, abriga cerca de 35 mil soldados
americanos e é extremamente impopular na região.
Caso sua escolha seja confirmada, Kan, 63, terá de melhorar a imagem da sigla até
a próxima eleição para a Câmara Alta, que será em julho.
Ele sinalizou que manteria
a maioria dos colegas ministros e evitou comentar questões internacionais -para
analistas, é improvável que
ele desafie o acordo militar
com os EUA, já oficializado.
DÍVIDA PÚBLICA
Kan assumiu o Ministério
das Finanças em janeiro com
grandes desafios. O Japão
tem a maior dívida pública
entre países industrializados
-o valor deve chegar a 115%
do PIB nos próximos anos- e
uma população envelhecida
e e declínio numérico.
Para combater os problemas, Kan tem pregado medidas de rigor fiscal, como elevar o imposto sobre a venda
de bens e serviços (hoje 5%).
"Ele tem histórico de não
recuar", diz o analista político Tobias Harris. Kan ainda
representaria uma ruptura
em relação aos últimos premiês, cujos pais ou avôs também ocuparam o cargo.
Ele tentará romper a sina
dos últimos quatro premiês
japoneses, que não ficaram
mais de um ano no poder.
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