São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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ANÁLISE

País enfrenta hoje o risco de frear recuperação econômica

LARRY ELLIOTT
DO "GUARDIAN"

O mercado imobiliário está paralisado. O consumo anda fraco. A renda real está sob pressão. Agora, surgiram indicadores muito desfavoráveis quanto ao mercado de trabalho. O mês está se provando horrível para os EUA.
O país parece estar enfrentando o claro risco de uma paralisação de sua já frágil recuperação econômica. O aspecto mais perturbador quanto ao relatório sobre a situação do emprego no setor não agrícola talvez seja que o desempenho fraco no que tange à geração de empregos não causou grande surpresa.
Wall Street projetava alta de cerca de 200 mil postos de trabalho nas folhas de pagamento não agrícolas em maio, mas as projeções já tinham sido reduzidas antes que fosse revelado que o avanço no número de empregados de maio havia sido de apenas 54 mil trabalhadores.
Os EUA precisam elevar suas folhas de pagamento em ao menos 100 mil trabalhadores ao mês para impedir alta no desemprego, o que conduziu o índice de desemprego de volta aos 9,1%.
Economistas descreveram a situação como "uma baixa temporária", argumentando que os problemas atuais representam apenas um desvio passageiro em uma tendência que continua a ser de alta.
Aqueles que acreditam que se trate apenas de "agitação", e não de indícios de que uma tempestade está para chegar, dizem que a chave para o crescimento no emprego é o setor de serviços na indústria privada, cuja demanda por mão-de-obra é fraca no momento, devido à pressão que a alta da gasolina impõe sobre a renda dos consumidores.
O preço do petróleo agora está em queda, o que deve propiciar mais dinheiro aos consumidores para que gastem com bens e serviços.
E Wall Street respondeu aos sinais de crescimento tépido empurrando para quase o final do ano que vem sua previsão quanto ao momento em que o banco central americano apertará a política monetária. Isso reduziu o rendimento dos títulos de dívida, tornando mais barato o financiamento de hipotecas.
Como resultado, de acordo com essa linha de raciocínio, o segundo semestre de 2011 será melhor. Até mesmo a queda de 5.000 trabalhadores no indicador de emprego industrial pode ser explicada como consequência dos efeitos do terremoto e tsunami no Japão sobre as cadeias de suprimento. A máquina de criação de empregos norte-americana voltará a funcionar nos próximos meses.
O fato é que a "máquina americana de criação de empregos", fator marcante em recuperações econômicas anteriores, se tornou notável pela ausência desde que o crescimento caiu ao seu ponto mais baixo na recessão recente, no começo de 2009.


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