São Paulo, Sexta-feira, 04 de Junho de 1999
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ÁFRICA DO SUL
Thabo Mbeki, vice de Mandela, é virtual presidente eleito e deve assumir no dia 16
CNA deve obter maioria de dois terços

das agências internacionais

Thabo Mbeki, 56, é virtualmente o novo presidente da África do Sul, já que seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), avança em direção a uma maioria de dois terços na Assembléia Nacional.
Até ontem tinham sido apurados 67% dos votos da eleição realizada anteontem, que marca o fim da era do presidente Nelson Mandela. O novo presidente, a ser eleito pela Assembléia, deve assumir dia 16.
"Nos seus milhões, sem equívocos, sem hesitações, o povo da África do Sul renovou o mandato do CNA para governar seu país", declarou Mbeki, durante a comemoração da iminente vitória.
"Trabalharemos para construir uma África do Sul que verdadeiramente pertença a quem vive nela, brancos ou negros", completou.
"Isso significa uma vida melhor. É um sonho que se torna realidade", disse Thomas Mabye, um voluntário do CNA que dançava nas comemorações.
Ministros e autoridades do governo apressaram-se em confirmar que continuariam com a atual política econômica e fiscal.
O Novo Partido Nacional (NPN), sucessor do Partido Nacional -que governou o país nos anos do apartheid (1948 a 1991) e acrescentou o "novo" para se desvincular do seu passado segregacionista-, deve obter menos de 8% dos votos.
Nas eleições de 1994, as primeiras multirraciais do país e que marcaram o fim do governo da minoria branca, o NPN obteve 20% dos votos.
"O NPN está flertando com a extinção", afirmou o analista político Richard Calland, do Instituto para uma Alternativa Democrática para a África do Sul.
Para o ex-presidente Frederik de Klerk, antecessor de Mandela que dividiu com ele o Nobel da Paz de 1993 e se retirou da política em 1997, o resultado das eleições significa uma "derrota das políticas não-raciais". Segundo ele, "partidos que acreditam na mesma coisa deveriam se juntar em uma grande coalizão de moderados".
A oposição ao governo do CNA será liderada agora pelo liberal Partido Democrático, fundado por brancos contrários ao apartheid, que deve alcançar 11%, e pelo Partido da Liberdade Inkatha, formado majoritariamente pela etnia zulu, que deve superar os 8%.


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