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ÁFRICA DO SUL
Thabo Mbeki, vice de Mandela, é virtual presidente eleito e deve assumir no dia 16
CNA deve obter maioria de dois terços
das agências internacionais
Thabo Mbeki, 56, é virtualmente
o novo presidente da África do Sul,
já que seu partido, o Congresso
Nacional Africano (CNA), avança
em direção a uma maioria de dois
terços na Assembléia Nacional.
Até ontem tinham sido apurados
67% dos votos da eleição realizada
anteontem, que marca o fim da era
do presidente Nelson Mandela. O
novo presidente, a ser eleito pela
Assembléia, deve assumir dia 16.
"Nos seus milhões, sem equívocos, sem hesitações, o povo da
África do Sul renovou o mandato
do CNA para governar seu país",
declarou Mbeki, durante a comemoração da iminente vitória.
"Trabalharemos para construir
uma África do Sul que verdadeiramente pertença a quem vive nela,
brancos ou negros", completou.
"Isso significa uma vida melhor.
É um sonho que se torna realidade", disse Thomas Mabye, um voluntário do CNA que dançava nas
comemorações.
Ministros e autoridades do governo apressaram-se em confirmar que continuariam com a atual
política econômica e fiscal.
O Novo Partido Nacional (NPN),
sucessor do Partido Nacional
-que governou o país nos anos do
apartheid (1948 a 1991) e acrescentou o "novo" para se desvincular
do seu passado segregacionista-,
deve obter menos de 8% dos votos.
Nas eleições de 1994, as primeiras multirraciais do país e que
marcaram o fim do governo da minoria branca, o NPN obteve 20%
dos votos.
"O NPN está flertando com a extinção", afirmou o analista político
Richard Calland, do Instituto para
uma Alternativa Democrática para
a África do Sul.
Para o ex-presidente Frederik de
Klerk, antecessor de Mandela que
dividiu com ele o Nobel da Paz de
1993 e se retirou da política em
1997, o resultado das eleições significa uma "derrota das políticas
não-raciais". Segundo ele, "partidos que acreditam na mesma coisa
deveriam se juntar em uma grande
coalizão de moderados".
A oposição ao governo do CNA
será liderada agora pelo liberal
Partido Democrático, fundado por
brancos contrários ao apartheid,
que deve alcançar 11%, e pelo Partido da Liberdade Inkatha, formado majoritariamente pela etnia zulu, que deve superar os 8%.
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