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GUERRA SEM LIMITES
No primeiro Dia da Independência pós-11 de setembro, caças e soldados atuam em esquema sem precedentes
EUA reforçam segurança no 4 de Julho
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Em meio a um calor de 40C,
que lembra mais os desertos do
Afeganistão do que as ruas de Manhattan, Nova York e os Estados
Unidos comemoram hoje seu primeiro Dia da Independência pós-11 de setembro dependendo de
um esquema de segurança sem
precedentes.
Em todo o país, os 2 mil principais eventos vão ser vigiados de
perto por pelo menos uma dezena
de agências federais, entre elas o
FBI (a polícia federal), a Guarda
Nacional e o serviço secreto, todas
pela primeira vez sob o comando
do recém-criado Gabinete de Segurança Interna.
Nos céus, caças militares farão
vigílias sobre as maiores cidades.
"Agora, grandes concentrações
de norte-americanos requerem
um grande esquema de segurança
com o qual os próprios norte-americanos já estão se familiarizando", lamentou o porta-voz da
Casa Branca, Ari Fleischer.
A familiaridade é tanta que as
autoridades temem o que estão
chamando de "fadiga de ameaças". É que desde setembro pelo
menos 18 avisos oficiais de prováveis novos ataques terroristas foram divulgados pelo governo
norte-americano, sem que nenhum se concretizasse.
Só na última semana o jornal
"The New York Times" descobriu
que o FBI trabalha com o que chama de "indícios de algum tipo de
ataque terrorista" planejado para
o feriado de 4 de julho. A polícia
federal resolveu não alertar o público, no entanto, por não dispor
de mais dados.
Além disso, a CIA (agência de
inteligência) teria avisado tanto o
FBI quanto a Casa Branca que
vem recolhendo indícios esparsos
em suas vigilâncias eletrônicas ao
redor do mundo de que o Dia da
Independência americana poderia ser um novo 11 de setembro.
Por fim, o Departamento de Estado colocou um aviso em seu site, que geralmente é dirigido aos
cidadãos americanos em viagem,
mas que desta vez se destina a todos: "O governo continua recebendo indícios dignos de crédito
de que indivíduos extremistas estejam planejando ações terroristas contra nossos interesses".
Nova York
Claro que as atenções principais
de hoje estão voltadas para Nova
York, cidade que foi a principal
atingida pelo ataque terrorista de
dez meses atrás e que deve receber o maior número de visitantes
para os eventos de hoje. Mais de 4
mil soldados da polícia foram colocados nas ruas desde ontem.
Armados de detectores de radiação e cães farejadores de bomba, entre outros recursos, estão
espalhados por helicópteros, barcos, pelo menos 14 barreiras e veículos à paisana por toda a cidade.
O espaço aéreo sobre marcos como a Estátua da Liberdade e o
Empire State Building foi fechado. Mesmo assim, a tradicional
queima de fogos patrocinada pela
loja de departamentos Macy's deve ocorrer hoje à beira do Rio Leste. Às 21h15 (22h15 de Brasília), ao
menos um milhão de pessoas se
reúnem para o evento batizado de
"A Time for Heroes", em homenagem às vítimas de 11 de setembro. Deve durar meia hora e consumir 28 mil rojões.
"A melhor maneira de mostrar
aos terroristas que não temos medo e que eles não venceram é sair
às ruas e celebrar este feriado",
disse o prefeito da cidade, Michael
Bloomberg. "É mais provável que
as pessoas se machuquem, sim,
mas por dirigir bêbadas ou brincar com fogos."
Em Washington, pessoas com
mochilas serão revistadas. Os
principais edifícios do governo,
como a Casa Branca e o Pentágono, receberão cercas duplas nas
áreas com visitação pública.
O presidente George W. Bush
pretende passar o feriado na capital e assistir à queima de fogos.
"As pessoas devem se divertir em
sua comemoração e celebrar o fato de que nós somos afortunados
o suficiente para sermos americanos", disse.
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