São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004

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Até meio milhão de goianos vivem fora, diz governo

DA AGÊNCIA FOLHA

A Assessoria para Assuntos Internacionais de Goiás estima que entre 400 mil e 500 mil goianos vivam hoje no exterior, a maioria ilegalmente. O Estado tem 4,5 milhões de habitantes.
Segundo o chefe do órgão, Elie Chidiak, há de 250 mil a 300 mil goianos nos EUA e de 100 mil a 150 mil na Europa. "Isso representa um buraco para as famílias, que se endividam para que os parentes viajem. Gastam em média R$ 36 mil, na maioria dos casos, sem êxito."
Pela Polícia Federal, foram emitidos de janeiro a maio deste ano 10.571 passaportes no Estado -em todo o ano de 2003, foram 26.463.
O quadro preocupa à medida que cresce o número de goianos mortos no exterior. Só neste ano, segundo o governo, foram oito mortos ao fazer a travessia para os EUA ou por falta de assistência.
"Os brasileiros não são alertados sobre os riscos. Quando chegam à fronteira, se vêem sozinhos. Muitos são presos, humilhados ou ficam desaparecidos. Há "coiotes" que seqüestram uma pessoa da família até receber todo o pagamento."
Chidiak alerta sobre o crescimento da prostituição de goianas na Europa. "Há entre 3.000 e 5.000 mulheres se prostituindo, 70% são mães solteiras que se tornam escravas sexuais para pagar os gastos com a viagem."
São três grupos, diz: as profissionais, que vão por conta própria; as que vão em busca de outro emprego e lá descobrem que serão prostitutas; e, o maior, as que sabem que se prostituirão, mas desconhecem as circunstâncias. "Elas são iludidas pelas aliciadoras. Saem daqui devendo US$ 700. Quando chegam lá, a dívida sobe para US$ 5.000." (AC)


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