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Acidente em metrô na Espanha mata 41
Vagão em Valencia descarrilou por
excesso de velocidade; feridos são 47
Rafa Gil/Associated Press
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Socorrista carrega uma das vítimas na cidade de Valencia |
Não há registro de vítimas
brasileiras no acidente,
segundo a embaixada; às
vésperas de visita do papa,
cidade tinha muitos turistas
DA REDAÇÃO
Pelo menos 41 pessoas morreram e 47 ficaram feridas ontem no descarrilamento de um
vagão do metrô de Valencia,
leste da Espanha. O acidente foi
o mais grave registrado num
metrô espanhol e um dos piores ocorridos em trens subterrâneos nos últimos 50 anos em
todo o mundo.
O acidente reavivou lembranças do ataque terrorista de
11 de março de 2004 em Madri,
quando 191 pessoas morreram
em uma explosão na estação de
trem de Atocha. Mas a suspeita
de um possível atentado em Valencia foi "completamente descartada", segundo um porta-voz do Ministério do Interior
espanhol. A prefeita de Valencia, Rita Barberá, qualificou o
acidente como "uma catástrofe, uma tragédia".
O representante do governo
central na Comunidade Valenciana, Antoni Bernabé, confirmou que o descarrilamento foi
acidental e que suas causas estão sendo investigadas.
O acidente aconteceu às 13h
locais (8h em Brasília). "Houve
um choque, barulhos estranhos
e depois não se ouvia nada", relatou um dos passageiros, que
conseguiu sair por uma janela
assim que os bombeiros chegaram ao trem, que ficou espremido contra o túnel. Um outro
passageiro conseguiu ligar do
celular para os bombeiros.
O primeiro dos quatro vagões
do comboio descarrilou entre
as estações Jesús e Plaza de España, no centro da cidade. As
autoridades locais atribuíram o
descarrilamento à alta velocidade em que o trem transitava
na hora do acidente. O primeiro
vagão saiu dos trilhos ao fazer
uma curva. Também está sendo
investigada a ruptura de uma
das rodas que ligavam vagões e
trilhos.
As equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes
entre os destroços retorcidos
do trem. Dentre os feridos, estava o condutor do comboio.
Havia também uma mulher
grávida correndo risco de morte, de acordo com os bombeiros. A retirada dos vagões afetados deveria terminar na noite
de ontem (hora local), "para
apurar as causas do acidente",
segundo o governo regional de
Valencia.
O trecho do metrô onde houve o descarrilamento passou
por inspeção em 27 de junho,
ainda de acordo com representantes do governo.
Vítimas
O Ministério da Justiça do
país informou que ontem mais
de 40 sacos com corpos e partes
humanas foram levados para
exames forenses. Apenas dez
vítimas foram reconhecidas até
a noite de ontem, e 14 corpos
esperavam identificação.
Um hospital de campanha foi
montado na saída da estação, e
uma equipe de psicólogos especializados em situações de
emergência foi mobilizada para
atender feridos e familiares das
vítimas. Os hospitais faziam
constantes apelos de doação de
sangue à população, pois as reservas estavam acabando.
Segundo a Embaixada do
Brasil em Madri e o consulado
brasileiro em Barcelona, que
responde diretamente pela
área de Valencia, não havia registros de brasileiros entre os
mortos e feridos no acidente.
Visita do papa
Valencia está cheia de turistas, por conta de peregrinos
que começaram a chegar no último sábado para participar do
Encontro Mundial da Família,
que acontecerá na cidade no
próximo sábado, dia 9.
O encontro, para o qual está
prevista a participação de cerca
de 1,5 milhão de pessoas, será
conduzido pelo papa Bento 16,
que "foi informado imediatamente" sobre o acidente e que
"tem rezado pelas vítimas", segundo o porta-voz do Vaticano,
Joaquín Navarro-Valls.
O rei da Espanha, Juan Carlos, telefonou para o governo de
Valencia em solidariedade ao
acidente. O primeiro-ministro,
José Luis Rodríguez Zapatero,
também prestou condolências.
Ele estava na Índia e antecipou
sua volta à Espanha.
A Catedral de Valencia acolherá hoje, a partir das 19h locais, os funerais das vítimas,
que deverá ter representações
da casa real e a presença do premiê e de outras autoridades.
O presidente do governo regional, Francisco Camps,
anunciou que o governo decretará três dias de luto oficial na
Comunidade Valenciana. O
Parlamento autônomo colocou
suas bandeiras a meio mastro.
Com agências internacionais
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