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"Post" quis cobrar por acesso a autoridades
Encontros para lobistas e executivos custariam US$ 25 mil e ocorreriam na casa da publisher do jornal
DA REDAÇÃO
Um dia depois da revelação
do site Politico de que o jornal
"Washington Post" estava organizando jantares com a presença de membros da equipe de
governo Obama e do Congresso
pelo preço de US$ 25 mil, o jornal voltou atrás e desistiu de
promover o primeiro evento,
que aconteceria no dia 21 de julho, na casa da publisher do jornal, Katharine Weymouth.
O jantar extraoficial para lobistas e executivos poderia custar até US$ 250 mil para um
"patrocínio anual".
O panfleto que anunciava o
evento dizia tratar-se de "uma
oportunidade exclusiva para
participar do debate sobre reforma da saúde com os poucos
selecionados que de fato vão fazê-la". Entre os "selecionados",
membros do governo, congressistas e editores do "Post".
O escândalo foi motivo de
piada, ontem, durante uma entrevista com o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Quando o repórter do "Post" Michael
Shear fez uma pergunta sobre o
sistema de saúde, Gibbs brincou: "O conselho jurídico me
sugeriu que eu perguntasse ao
Mike exatamente quanto cada
uma dessas perguntas está custando. Parece que eu esqueci
meu cartão [de crédito]".
Mas nem todos na Casa
Branca acharam graça da situação. A revelação do escândalo
fez Gregory Craig, conselheiro
jurídico de Obama, dar um
alerta às autoridades, dizendo
que elas precisam de aprovação
prévia para ir a tais eventos.
Já "Post" confirmou a notícia, mas disse que os editores
do jornal não sabiam dos jantares. "O panfleto veio de uma divisão comercial para conferências e eventos, e a Redação não
estava a par", disse a porta-voz
do jornal, Kris Coratti, à Fox
News. Ela disse que os jornalistas jamais participariam de um
evento como esse.
Apesar de a publisher do jornal ter afirmado que o Post
"nunca irá comprometer sua
integridade jornalística", ela
disse não ver problemas com o
fato. De acordo com um texto
publicado pelo próprio "Post",
Weymouth argumentou que
"outras organizações de notícia
patrocinam conferências do tipo, e ela continua confortável
com a ideia de jantares pagos de
lobistas ou executivos de corporações com autoridades e
jornalistas, desde que os que
pagam pelo evento não tenham
controle sobre o conteúdo".
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