São Paulo, domingo, 04 de julho de 2010

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México vota sob o temor da violência do tráfico

Assassinato de candidato tende a elevar a taxa de abstenção eleitoral

Em meio à guerra entre narcocartéis, quase a metade do país vai às urnas hoje em eleições estaduais e municipais

DO "FINANCIAL TIMES"

Na manhã da segunda-feira passada, duas caminhonetes com homens armados alcançaram os dois carros que vinham perseguindo. O alvo -Rodolfo Torre, candidato na eleição ao governo do Estado de Tamaulipas- representa o mais grave homicídio político no México em mais de 15 anos.
Até a morte de Torre, a principal dúvida quanto às eleições estaduais e municipais deste domingo, em quase metade do país, era se o Partido de Ação Nacional (PAN), governista, seria capaz de deter o avanço do Partido Revolucionário Institucional (PRI), de centro, que governou o país por 71 anos antes de perder em 2000.
As pesquisas sugerem que o PRI manterá pelo menos 9 dos 12 governos estaduais em disputa e tem chances de vitória em dois outros Estados.
Agora, o tema dominante é a violência crescente do narcotráfico e as aparentes tentativas dos cartéis de intimidar políticos e eleitores.
Nos três anos e meio desde que o presidente, Felipe Calderón (PAN), declarou guerra ao crime organizado, mais de 22 mil pessoas morreram como resultado da ofensiva, 5.000 delas neste ano.
Especialistas acreditam que a morte de Torre pode reduzir o comparecimento de eleitores às urnas. "Estamos todos assustados. Não creio que haja uma única família no México que não tenha mudado sua maneira de viver [como resultado da guerra contra as drogas]", diz Herrera Martínez, presidente do Instituto Eleitoral do Estado de Chihuahua.
O governo diz que sua ofensiva prejudicou os cartéis, por meio de apreensões de cargas e bloqueio de rotas. A violência, segundo esse argumento, é sinal do desespero dos cartéis, que lutam entre si pelo que resta de um negócio cada vez mais difícil.


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