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México vota sob o temor da violência do tráfico
Assassinato de candidato tende a elevar a taxa de abstenção eleitoral
Em meio à guerra entre narcocartéis, quase a metade do país vai às urnas hoje em eleições estaduais e municipais
DO "FINANCIAL TIMES"
Na manhã da segunda-feira passada, duas caminhonetes com homens armados
alcançaram os dois carros
que vinham perseguindo. O
alvo -Rodolfo Torre, candidato na eleição ao governo
do Estado de Tamaulipas-
representa o mais grave homicídio político no México
em mais de 15 anos.
Até a morte de Torre, a
principal dúvida quanto às
eleições estaduais e municipais deste domingo, em quase metade do país, era se o
Partido de Ação Nacional
(PAN), governista, seria capaz de deter o avanço do Partido Revolucionário Institucional (PRI), de centro, que
governou o país por 71 anos
antes de perder em 2000.
As pesquisas sugerem que
o PRI manterá pelo menos 9
dos 12 governos estaduais em
disputa e tem chances de vitória em dois outros Estados.
Agora, o tema dominante é
a violência crescente do narcotráfico e as aparentes tentativas dos cartéis de intimidar políticos e eleitores.
Nos três anos e meio desde
que o presidente, Felipe Calderón (PAN), declarou guerra ao crime organizado, mais
de 22 mil pessoas morreram
como resultado da ofensiva,
5.000 delas neste ano.
Especialistas acreditam
que a morte de Torre pode reduzir o comparecimento de
eleitores às urnas. "Estamos
todos assustados. Não creio
que haja uma única família
no México que não tenha
mudado sua maneira de viver [como resultado da guerra contra as drogas]", diz
Herrera Martínez, presidente
do Instituto Eleitoral do Estado de Chihuahua.
O governo diz que sua
ofensiva prejudicou os cartéis, por meio de apreensões
de cargas e bloqueio de rotas.
A violência, segundo esse argumento, é sinal do desespero dos cartéis, que lutam entre si pelo que resta de um negócio cada vez mais difícil.
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