São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Soldado brasileiro morre eletrocutado no Haiti

Missão da ONU investigará acidente; colega de Klein se feriu ao tentar ajudá-lo

Militar, que voltaria ao Brasil em quatro meses, tropeçou em fio de alta-tensão; baixa é a segunda nas fileiras brasileiras

Ariana Cubillos-2.ago.2007/Associated Press
Ban, secretário-geral da ONU, visita Porto Príncipe, Haiti; mandato da missão pode ser ampliado


FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O soldado brasileiro Rodrigo da Rocha Klein, 21, morreu eletrocutado no início da noite de anteontem em Porto Príncipe, capital haitiana, ao tropeçar em um fio de alta-tensão. Ele integrava a Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti), liderada pelo Exército brasileiro, e estava no país desde 8 de junho deste ano.
O 4º Regimento de Cavalaria Blindada, em São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, onde Klein iniciou carreira, deve enterrar com honras militares o corpo do soldado, que chegará ao país na próxima terça.
Outro brasileiro, o sargento Luiz Guilherme Fagundes Caetano, 23, sofreu escoriações e queimaduras nas mãos ao tentar socorrer o colega. De acordo com o Ministério da Defesa, ele não corre risco de morte.
Nota do ministério afirma que "o comando do Batalhão do Haiti e a Minustah realizarão as investigações para a devida apuração do fato".
Klein completaria 22 anos no dia 29 de setembro. Ele ingressou no Exército aos 18, em março de 2004. O militar, que se alistou como voluntário para a missão no Haiti, voltaria ao Brasil em quatro meses. "Ele sempre quis estar no Exército, era o sonho dele", afirmou seu tio Oto Klein. Para os colegas, era um "excelente soldado".
Desde junho de 2004 liderando os capacetes azuis no país caribenho, o Brasil ainda não registrou nenhum militar morto em confronto. A morte de Klein foi a segunda -em janeiro do ano passado, o general Urano Bacellar, chefe militar da Minustah, suicidou-se.
A missão, que hoje conta com 8.800 homens, foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU para manter a segurança do país caribenho após o então presidente Jean-Bertrand Aristide deixar o país, sob pressão dos EUA, em meio a uma crise político-institucional, em fevereiro de 2004. Após um conturbado período de transição, René Préval foi eleito presidente em 2006.
Teoricamente, a atuação da Minustah termina em 15 de outubro deste ano. Em visita ao país nas últimas quarta e quinta, entretanto, o secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, ouviu de Préval um pedido para a extensão do mandato da força. Ban respondeu que iria "recomendar uma extensão do mandato por mais 12 meses, quando o Conselho de Segurança discutir este assunto, em outubro".


Com agências internacionais


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