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Sob boicote da oposição, líder do Irã confirma Ahmadinejad
Presidente, cuja reeleição é contestada, toma posse amanhã para seu 2º mandato
Aiatolá Khamenei pede a todas as facções políticas que cooperem com governo e critica "elites" e "adversários raivosos" do aliado político
Reuters
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Ahmadinejad beija ombro de Khamenei durante ato em Teerã
DA REDAÇÃO
Alguns dos mais importantes
nomes políticos do Irã boicotaram ontem uma cerimônia protocolar em que o aiatolá Ali
Khamenei endossou o segundo
mandato do presidente Mahmoud Ahmadinejad, reeleito
em um pleito controverso em
12 de junho último. O ato é uma
exigência para a posse do presidente, que ocorre amanhã.
O adversário de Ahmadinejad nas eleições, Mir Hossein
Mousavi, seu aliado Mehdi
Karroubi, os ex-presidentes
Akbar Hashemi Rafsanjani e
Mohammad Khatami, além de
Hasan Khomeini, neto do fundador da República Islâmica (o
aiatolá Ruhollah Khomeini),
não compareceram.
A importância política dos
ausentes no ato de ontem levantou questões sobre a legitimidade de Ahmadinejad para
os próximos quatro anos. Rafsanjani, por exemplo, é também presidente da Assembleia
dos Especialistas, órgão com
poder para destituir até o líder
supremo iraniano.
Pela tradição, Ahmadinejad
deveria ter sido oficializado na
cerimônia recebendo "credenciais" (um comunicado de Khamenei) das mãos de um ex-presidente. Mas seu antecessor,
Khatami, não quis se envolver.
Suspeitas
Os resultados oficiais da eleição apontaram para a vitória de
Ahmadinejad com 63% dos votos, contra 33% para Mousavi.
A oposição acusou o governo
de fraudes e detonou a maior
onda de protestos desde a Revolução Islâmica, de 1979. Reprimidos violentamente pelas
autoridades, mais de 20 manifestantes morreram, e centenas foram presos.
O aiatolá Khamenei pediu
ontem a todas as facções políticas que cooperem com o novo
governo. Ele afirmou que "algumas elites" políticas fracassaram no "teste" eleitoral, uma
referência clara aos ausentes.
Khamenei previu ainda que
"adversários raivosos" continuarão em oposição a Ahmadinejad no segundo mandato.
Em discurso, Ahmadinejad
disse que o país está "à beira de
grandes saltos" em todas as
áreas e que seu governo seria
"servo" de toda a população.
Ele foi visto na TV estatal
beijando as vestes de Khamenei, em sinal de respeito. A aparente submissão chega pouco
após o presidente ter desafiado
por vários dias uma ordem do
aiatolá para demitir um aliado
escolhido para vice-presidente.
No ato do primeiro mandato,
há quatro anos, ele beijara e
abraçara o líder.
Em tentativa de ganhar
apoio, os governistas levaram à
cerimônia de ontem figuras populares como Afshin Ghotbi,
treinador da seleção iraniana
de futebol. Diplomatas europeus também compareceram.
Em vão. Nas horas seguintes
ao ato, tropas de choque foram
enviadas às ruas de Teerã para
impedir novos protestos.
Com agências internacionais
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