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Tiros matam 5 na divisa do Líbano com Israel
Incidente é o mais grave ocorrido na região desde a guerra ao Hizbollah
Ambos os lados trocam acusações de violação a cessar-fogo acertado em 2006 perante Conselho de Segurança da ONU
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
As Forças Armadas do Líbano e de Israel trocaram disparos ontem na fronteira, naquele que foi considerado o mais grave incidente na região desde a guerra de 2006, contra o grupo xiita libanês Hizbollah.
O confronto deixou cinco mortos -entre eles três soldados e um jornalista no lado libanês e um oficial no lado israelense- e alimentou temores de uma nova escalada de tensão entre os dois.
As circunstâncias do incidente não estão claras.
Líderes dos dois lados acusaram o outro de violar a resolução da ONU que estabeleceu o cessar-fogo, há quatro anos.
Diante do perigo de uma escalada que ponha fim à relativa tranquilidade que prevalece na fronteira desde 2006, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se em caráter de emergência e pediu "o máximo de moderação" aos envolvidos.
O Exército do Líbano afirma que abriu fogo depois que soldados israelenses invadiram o seu território para retirar árvores que obstruíam sua visão e ignoraram tiros de advertência disparados para o alto.
Israel alega que suas ações foram coordenadas com as das tropas da ONU posicionadas no sul do Líbano (chamadas Unifil, na sigla em inglês) e que foram efetuadas em um encrave que não faz parte do território libanês.
A avaliação do Exército israelense é a de que os disparos contra o seu território partiram de um único soldado, em uma "emboscada" premeditada e autorizada pelo comando militar libanês naquela região.
HIZBOLLAH
Israel respondeu com artilharia pesada de tanques, atingindo casas e veículos. Além de três militares libaneses, o ataque matou um repórter do jornal "Al Akhbar", ligado ao Hizbollah.
Não há indicação de envolvimento do Hizbollah no incidente de ontem.
O grupo continua tendo influência e forte presença militar no sul do Líbano e chega a integrar o governo, embora o cessar-fogo de 2006 determine que o Exército do Líbano e as forças da ONU patrulhem a região.
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