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Filho de ditador do Gabão vence eleição após a morte do pai
Depois de anúncio dos resultados, manifestantes oposicionistas entram em choque com a polícia
DA REDAÇÃO
O governo do Gabão anunciou ontem que Ali Ben Bongo,
50, venceu a disputada eleição
presidencial do último domingo. Ele é o filho mais velho do
ditador Omar Bongo, que morreu em junho após ter ficado no
poder por mais de 40 anos. O
resultado do pleito causou os
piores episódios de violência
no país nos últimos anos.
Na cidade de Port Gentil,
partidários da oposição atearam fogo ao consulado da França -antiga metrópole do Gabão-, atacaram os escritórios
de companhias petrolíferas estrangeiras, saquearam lojas e
destruíram as portas de uma
cadeia, libertando os presos.
O governo impôs um toque
de recolher na cidade e disse
que outras medidas de segurança seriam implementadas
em todo o país.
A oposição alega que a eleição do último domingo foi fraudada em favor de Bongo com o
objetivo de manter a família no
poder. Segundo o resultado oficial, ele recebeu 41,7% dos votos. O ex-ministro do Interior
Andre Mba Obame teve 25,9%,
pouco a mais do que o veterano
líder opositor Pierre Mamboundou, que recebeu 25,2%.
"Condenamos esses resultados", disse Richard Mombo, secretário-geral da União do Povo Gabonense (UPG), partido
de Mamboundou.
Porém, o secretário francês
para Cooperação, Alain Joyandet, disse que os observadores
das eleições registraram apenas pequenos incidentes durante a votação. "Se os candidatos derrotados querem contestar o resultado, eles devem fazê-lo na Corte Constitucional."
Na capital, Libreville, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo contra opositores que
passaram a noite do lado de fora da comissão eleitoral, ferindo um dos braços de Mamboundou, segundo o UPG.
Durante anos, Ali Ben Bongo
ocupou cargos importantes no
governo de seu pai. Em 1989,
ele foi apontado como ministro
das Relações Exteriores e, desde 1999, ocupava o posto de ministro da Defesa.
Com agências internacionais
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