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Segurança com nova embaixada custará R$ 100 mil mensais
Representação do Brasil em Bagdá será reaberta em outubro, depois de 20 anos
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A AMÃ
Depois de quase 20 anos
desativada, a Embaixada do
Brasil no Iraque está prestes
a ser reaberta, em meio a
uma situação política instável e à violência.
A reabertura coincide com
o fim da presença de tropas
de combate dos EUA, mas
não tem ligação com ela, segundo o Brasil.
Situada fora da chamada
Zona Verde, a área mais protegida de Bagdá, será, de longe, a embaixada brasileira
com o mais caro aparato de
segurança.
Pela estimativas do Itamaraty, o custo mensal em proteção ficará em torno de R$
100 mil, pagos a uma empresa local que ficará responsável pela escolta do embaixador e de funcionários em deslocamentos.
Serão cerca de 30 homens
fazendo o trabalho de proteção, incluindo alguns militares brasileiros.
Atualmente, o embaixador no Iraque, Bernardo de
Azevedo Brito, opera desde
Amã, na Jordânia.
O espaço, de 2.000 m2, está
em fase final da reforma, e a
embaixada deve ser reaberta
até o fim de outubro.
A decisão do Brasil de encarar os riscos tem duas faces, a política e a econômica.
Por um lado, o governo
busca manifestar seu apoio à
transição do Iraque rumo à
autonomia; por outro, quer
abrir as portas para empresas
brasileiras.
"Não há tempo a perder.
Este é o momento de aproveitar as muitas oportunidades
de negócios que o Iraque oferece", diz Brito.
Segundo ele, cerca de 50
países já têm embaixada no
Iraque, nenhum da América
Latina.
Brito acha que o comércio
bilateral pode ultrapassar o
nível alcançado nos anos 80,
quando o Iraque de Saddam
Hussein era o principal parceiro comercial do Brasil no
Oriente Médio.
O principal símbolo desse
passado são os antigos Passats brasileiros, que ainda
circulam em grande número
no país .
Embora seja o mais alto do
Itamaraty, o orçamento de
segurança será pequeno se
comparado ao de outras embaixadas.
A dos EUA, por exemplo,
gasta US$ 87 milhões anuais
em proteção.
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