do "The Independent", em Beirute

Milicianos do Taleban são acusados de matar milhares de muçulmanos xiitas em torno da recém-capturada Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão. Teme-se ainda que dez diplomatas e um jornalista iranianos tenham sido assassinados no consulado do país nessa cidade, no mês passado.
A notícia do possível assassinato dos diplomatas iranianos -que pode desencadear conflitos entre o Taleban e os 70 mil soldados iranianos em manobra na fronteira entre os dois países- foi dada por habitantes de Mazar-i-Sharif que passaram em frente ao consulado iraniano da cidade, destruído, e viram cadáveres na rua.
A Anistia Internacional acusou o Taleban de matar "milhares de civis", embora relatos apontem como responsável pelas mortes o grupo islâmico Hezbi, da etnia pushtu, aliados do Taleban.
Um porta-voz do Taleban, Wakil Ahmad, negou ontem que o grupo tenha cometido massacres. Mas disse acreditar que os dez diplomatas iranianos desaparecidos estejam mortos. "Depois de tanto tempo, o mais provável é que essas pessoas tenham morrido."
Garotos xiitas de apenas 12 anos teriam sido presos na cidade de Jalalabad, enquanto meninas e mulheres estariam sendo enviadas a um campo de prisioneiras em Sarsashi. Segundo um dos relatos, os homens do Taleban levaram as mulheres xiitas a suas casas para servirem de "criadas" e se casarem com milicianos sunitas.
A ironia da situação atual é que o Irã, visto pelos EUA como "centro do terrorismo mundial", agora se opõe ao Taleban, que protege Osama bin Laden (o "inimigo público número 1" dos EUA).



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