São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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ORIENTE MÉDIO

Moção pede ordem

Polícia palestina faz ato contra o Hamas

DA REDAÇÃO

O Parlamento palestino aprovou ontem, por 43 votos a cinco, moção que exorta o presidente Mahmoud Abbas a formar um novo governo, capaz de assegurar a ordem em seus territórios.
Momentos antes da votação, o prédio do Parlamento foi invadido por cerca de 40 policiais que protestaram ruidosamente contra o grupo terrorista islâmico Hamas, acusado de tentar desmoralizar a polícia palestina.
"Estaremos à beira de uma guerra civil se a situação continuar fora de controle", disse Qaddoura Fares, deputado moderado do Fatah, ao qual Abbas pertence.
O protesto policial teve como origem os confrontos de domingo à noite em Gaza, que deixaram três mortos e 50 feridos.
Abbas proibiu os membros do Hamas de andarem armados em público, em lugar de ceder às pressões dos EUA e de Israel para que o grupo seja desarmado.
O Parlamento palestino, que realiza habitualmente suas sessões em Ramallah, na Cisjordânia, transferiu-se ontem para Gaza. A moção ameaça Abbas de censura caso não forme um novo governo em duas semanas.
Os episódios das últimas 36 horas demonstram a divisão palestina e dão um exemplo pouco edificante sobre a manutenção da ordem interna em Gaza, de onde Israel recentemente se retirou.
Os policiais que participaram da manifestação também disseram não ter condições materiais para se contrapor ao poder de fogo do Hamas.
Os 18 mil policiais palestinos baseados em Gaza têm revólveres e pouca munição, enquanto os 5.000 ativistas do Hamas possuem fuzis, granadas e mísseis para a destruição de blindados.
Os incidentes de domingo tiveram como estopim uma briga diante de um caixa automático de um banco. Um dos envolvidos, armado pelo Hamas, apelou para milicianos do grupo, o que provocou a intervenção das forças policiais e uma longa batalha campal.
Abbas disse ontem que não permanecerá de braços cruzados diante "do tumulto e do caos".
Em Israel, os confrontos geraram certo otimismo com a predisposição da Autoridade Nacional Palestina de neutralizar o Hamas. "Não sabemos se é um incidente isolado ou o início de uma batalha" para desarmar o grupo, disse o general Dan Halutz.


Com agências internacionais

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