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ARGENTINA
Ruralistas iniciam novo locaute contra governo de Cristina
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Os produtores rurais argentinos iniciaram ontem
novo locaute agrícola, em
que não irão comercializar
carne e grãos, principais fontes de divisas do país, até a
próxima quarta-feira.
Apesar da promessa de
que não haveria bloqueios de
estradas, em Gualeguaychu,
produtores interromperam
o trânsito por alguns períodos, controlando a mercadoria levada por caminhões e
mandando voltar os veículos
que estivessem levando
grãos ou carne.
De março a junho, os ruralistas realizaram um locaute
como protesto ao aumento
de impostos sobre as exportações de grãos. O aumento
foi derrubado no Congresso
depois de o conflito ter causado uma grave crise, com
bloqueios nas estradas, desabastecimento e queda na popularidade da presidente
Cristina Kirchner.
Apesar de os impostos terem voltado aos valores anteriores à crise, os ruralistas
reclamam que sua situação
está pior do que em março,
devido à queda no preço dos
grãos no mercado internacional, ao aumento de custos
no setor e a uma grave seca
que atinge o país.
Também dizem que, apesar das promessas após o fim
da crise, não têm um canal de
diálogo com o governo.
Em discurso ontem, a presidente argentina fez críticas
aos ruralistas. "Nenhum setor pode tomar de refém o
resto da sociedade", disse.
Já o ministro da Justiça,
Aníbal Fernández, afirmou
que o locaute agropecuário
não é oportuno e que a política agropecuária deveria ser
discutida "em outros âmbitos". "É uma medida que não
beneficia ninguém."
O auge do protesto deve
acontecer na próxima semana, quando os ruralistas realizam assembléias em diferentes cidades e prometem
armar uma barraca em frente ao Congresso Nacional.
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