São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Pesquisas têm que provar se são confiáveis

DA REDAÇÃO

Diferentemente das duas últimas eleições presidenciais dos EUA, quando George W. Bush chegou ao dia da votação tecnicamente empatado com Al Gore (2000) e John Kerry (2004), desta vez, as pesquisas apontam um vencedor claro na disputa.
Ainda assim, as dúvidas sobre o grau de confiabilidade dos números tornam preferível esperar as urnas serem abertas antes de se proclamar (ou não) a vitória de Barack Obama.
A vantagem do democrata sobre John McCain flutua entre 5 pontos (segundo o IBD/Tipp) e 11 pontos (de acordo com o Gallup). Os levantamentos que dão uma vantagem maior ao democrata têm uma coisa em comum: entrevistam eleitores não somente por telefone fixo, mas também ligando para celulares -atingindo dessa maneira mais jovens, que votam em sua maioria em Obama.
O Gallup chega a fazer dois levantamentos: o primeiro é baseado num cenário que prevê um grau de comparecimento dos eleitores semelhantes ao de eleições passadas; o segundo aposta que, com a presença de Obama, mais jovens e negros irão às urnas, como ocorreu nas primárias democratas.
Além da discrepância nos números, alguns fatores servem para pôr em questão as chances de vitória de Obama:
1) O voto não obrigatório. A campanha de Obama tentou nos últimos dias combater a sensação do "já ganhou" para evitar que eleitores que pretendam votar nele não vão às urnas por darem a disputa como definida.
2) O Colégio Eleitoral. Gore, em 2000, venceu no voto popular, mas perdeu por cinco votos no colégio. Neste ano, é difícil Obama perder a disputa popular, dada sua larga vantagem em Estados populosos como Califórnia, Nova York e Illinois. Apesar de as pesquisas também indicarem vantagem do democrata no colégio, a média de ontem do Real Clear Politics, contudo, só contabilizava 228 votos como seguros para Obama, abaixo dos 270 necessários -embora ele chegue a 338 caso vença em todos os Estados em que lidera.
3) Por fim, há o temido "efeito Bradley", que deve seu nome ao ex-prefeito de Los Angeles Tom Bradley. Negro, ele aparecia como favorito nas pesquisas para vencer a disputa pelo governo da Califórnia em 1982, mas acabou perdendo. Alguns analistas crêem que o efeito Bradley pode tirar de Obama até sete pontos em relação ao que mostram as pesquisas. A média do Real Clear Politics ontem apontava 7,1 pontos de vantagem do democrata sobre McCain. (RODRIGO RÖTZSCH)


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