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Pesquisas têm que provar se são confiáveis
DA REDAÇÃO
Diferentemente das
duas últimas eleições presidenciais dos EUA, quando George W. Bush chegou
ao dia da votação tecnicamente empatado com Al
Gore (2000) e John Kerry
(2004), desta vez, as pesquisas apontam um vencedor claro na disputa.
Ainda assim, as dúvidas
sobre o grau de confiabilidade dos números tornam
preferível esperar as urnas
serem abertas antes de se
proclamar (ou não) a vitória de Barack Obama.
A vantagem do democrata sobre John McCain
flutua entre 5 pontos (segundo o IBD/Tipp) e 11
pontos (de acordo com o
Gallup). Os levantamentos
que dão uma vantagem
maior ao democrata têm
uma coisa em comum: entrevistam eleitores não somente por telefone fixo,
mas também ligando para
celulares -atingindo dessa maneira mais jovens,
que votam em sua maioria
em Obama.
O Gallup chega a fazer
dois levantamentos: o primeiro é baseado num cenário que prevê um grau
de comparecimento dos
eleitores semelhantes ao
de eleições passadas; o segundo aposta que, com a
presença de Obama, mais
jovens e negros irão às urnas, como ocorreu nas primárias democratas.
Além da discrepância
nos números, alguns fatores servem para pôr em
questão as chances de vitória de Obama:
1) O voto não obrigatório. A campanha de Obama tentou nos últimos
dias combater a sensação
do "já ganhou" para evitar
que eleitores que pretendam votar nele não vão às
urnas por darem a disputa
como definida.
2) O Colégio Eleitoral.
Gore, em 2000, venceu no
voto popular, mas perdeu
por cinco votos no colégio.
Neste ano, é difícil Obama
perder a disputa popular,
dada sua larga vantagem
em Estados populosos como Califórnia, Nova York
e Illinois. Apesar de as pesquisas também indicarem
vantagem do democrata
no colégio, a média de ontem do Real Clear Politics,
contudo, só contabilizava
228 votos como seguros
para Obama, abaixo dos
270 necessários -embora
ele chegue a 338 caso vença em todos os Estados em
que lidera.
3) Por fim, há o temido
"efeito Bradley", que deve
seu nome ao ex-prefeito
de Los Angeles Tom Bradley. Negro, ele aparecia
como favorito nas pesquisas para vencer a disputa
pelo governo da Califórnia
em 1982, mas acabou perdendo. Alguns analistas
crêem que o efeito Bradley
pode tirar de Obama até
sete pontos em relação ao
que mostram as pesquisas.
A média do Real Clear Politics ontem apontava 7,1
pontos de vantagem do democrata sobre McCain.
(RODRIGO RÖTZSCH)
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