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Amorim diz que Chávez foi "elegante"
Para chanceler brasileiro, aceitação da derrota foi boa para a democracia
Marco Aurélio Garcia também elogiou processo eleitoral; oposição celebrou no Senado vitória do "não" à nova Carta na Venezuela
Yuri Cortez/France Presse
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Opositores de Chávez celebram em Caracas a vitória do "não" |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Planalto e o Itamaraty
combinaram de falar pouco e
destacar a "normalidade" do
referendo constitucional em
que o presidente Hugo Chávez
foi derrotado, anteontem, na
Venezuela. O resultado não foi
uma surpresa no Brasil.
Em frases sucintas, o ministro Celso Amorim (Relações
Exteriores) e o assessor internacional da Presidência, Marco
Aurélio Garcia, destacaram a
tranqüilidade com que tanto
Chávez quanto o próprio país
acataram o resultado.
"Senti que tudo transcorreu
normalmente. O resultado foi
divulgado pacificamente e aceito pelo presidente Chávez de
maneira elegante. Acho que é
bom para a democracia", disse
Amorim. O chanceler afirmou
também esperar que o resultado do referendo facilite a aprovação pelo Congresso Nacional
brasileiro da adesão da Venezuela ao Mercosul.
Mas ainda é forte a resistência de senadores da oposição ao
ingresso do país no bloco, assunto que precisa ser apreciado
pelo plenário da Câmara.
A derrota chavista chegou a
ser comemorada pelo senador
José Sarney (PMDB-AP), em
discurso da tribuna da Casa.
Para o líder do DEM, José
Agripino, "o referendo não tem
influência" na votação da adesão ao bloco. O senador Aloizio
Mercadante (PT-SP) preferiu
dissociar o resultado da votação da futura discussão sobre o
ingresso da Venezuela no Mercosul. Mas reconheceu "que a
derrota é um sinal de um bom
nível de democracia" no país.
Normal
Numa conversa rápida, Marco Aurélio Garcia usou três vezes a palavra "normal" para definir o resultado do referendo e
a reação de Chávez.
"Ocorreu tudo de uma forma
muito normal. E era isso mesmo que se esperava -que quem
perdesse acatasse o resultado,
como fez o presidente Chávez",
disse Garcia, que estava em
Santiago, no Chile.
"Certamente, ele [Chávez]
fará um balanço, uma reflexão,
pois tem ainda cinco anos de
mandato pela frente", acrescentou Garcia, avaliando que o
referendo venezuelano não terá nenhuma implicação nos
países vizinhos, como a Bolívia,
onde governo e oposição se digladiam em torno da elaboração de uma nova Carta. "São
realidades muito distintas."
(JOHANNA NUBLAT)
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