São Paulo, sexta-feira, 05 de janeiro de 2007

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[!]foco

Casal nos EUA interrompe o crescimento da filha para facilitar tratamento

DO "INDEPENDENT"

Ashley X, 9, está congelada no tempo. Portadora de danos cerebrais graves desde o nascimento, a menina de Seattle (EUA) teve o útero e as glândulas mamárias removidos por médicos e passou por tratamento hormonal para estancar seu crescimento. Assim, seus pais poderiam continuar a cuidar dela em casa, como se fosse, para sempre, criança.
O caso de Ashley -que não anda, fala nem firma a cabeça, alimenta-se por um tubo e vive sobre um travesseiro- divide a comunidade médica. Os pais da menina, que se descrevem como profissionais com nível superior, lançaram um blog no primeiro dia do ano para explicar o caso e justificar suas razões. Seus argumentos provocaram muitas críticas, mas também encontraram apoio.
Para John Wyatt, professor de pediatria neonatal na Universidade College de Londres, nem sempre é correto permitir que determinadas crianças cheguem à puberdade -em casos de problemas congênitos, por exemplo, a explosão hormonal aumenta o risco de câncer. "O direito à puberdade não pode ser absoluto. Pode ser correto parar o processo para garantir a sobrevivência da criança", diz.
Seu colega Raanan Gillon, especialista em ética, afirma que, embora "horrorizado" num primeiro momento, vê pontos positivos no caso. "Os pais poderão cuidar dela de uma forma mais apropriada, pois ela permanecerá, de qualquer maneira, com uma mentalidade infantil", anui.


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