São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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OUTRO LADO
"Não vamos expulsar ninguém'

do enviado a Viena

Herbert Kickl, coordenador da Escola de Formação Política do Partido da Liberdade, diz que o controle que o novo governo pretende impor na entrada de imigrantes é semelhante ao adotado por outros países.
"Quando os EUA ou a França restringem a imigração, ninguém os chama de xenófobos", reclama Kickl, em entrevista à Folha.

Folha - Milhares de austríacos foram às ruas contra o novo governo, que ameaça isolar diplomaticamente a Áustria. Como governar nessas condições?
Herbert Kickl -
Os protestos são democráticos e merecem nosso respeito. Mas é uma minoria que nos chama de extremistas. Tivemos quase um terço dos votos. Quanto à comunidade internacional, suas críticas, sobretudo com relação à imigração, são lamentáveis.

Folha - Por quê?
Kickl -
O que queremos fazer é controlar melhor o fluxo de imigrantes. Não vamos expulsar ou intimidar ninguém. Queremos impor limites, para que não se estabeleça o caos. Quando EUA ou França restringem a imigração, ninguém os chama de xenófobos, a não ser os mexicanos ou argelinos.

Folha - O sr. concorda com os elogios de Haider ao regime de Adolf Hitler?
Kickl -
As declarações dele foram retiradas de contexto. Haider elogiou um ponto específico do governo de Hitler, que é seu desempenho econômico. Daí a dizer que apoiamos o restante do que ele fez há uma distância.

Folha - O que o sr. acha do Holocausto?
Kickl -
Foi um crime, uma tragédia. Insisto neste ponto: o regime de Hitler, por suas políticas de extermínio, foi uma das grandes tragédias do século. Só mesmo alguém com más intenções pode achar que, no poder, faríamos algo parecido.

Folha - O seu partido vai pressionar a Áustria a sair da União Européia?
Kickl -
Isso é outro mal-entendido. A UE traz muitas vantagens para o cidadão austríaco. O que nós defendemos é a supremacia dos governos nacionais, que são eleitos, sobre as ordens ditadas pela burocracia da UE.


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