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OUTRO LADO
"Não vamos expulsar ninguém'
do enviado a Viena
Herbert Kickl, coordenador da Escola de Formação
Política do Partido da Liberdade, diz que o controle que
o novo governo pretende
impor na entrada de imigrantes é semelhante ao
adotado por outros países.
"Quando os EUA ou a
França restringem a imigração, ninguém os chama de
xenófobos", reclama Kickl,
em entrevista à Folha.
Folha - Milhares de austríacos foram às ruas contra o novo governo, que
ameaça isolar diplomaticamente a Áustria. Como governar nessas condições?
Herbert Kickl - Os protestos são democráticos e merecem nosso respeito. Mas é
uma minoria que nos chama
de extremistas. Tivemos
quase um terço dos votos.
Quanto à comunidade internacional, suas críticas, sobretudo com relação à imigração, são lamentáveis.
Folha - Por quê?
Kickl - O que queremos fazer é controlar melhor o fluxo de imigrantes. Não vamos expulsar ou intimidar
ninguém. Queremos impor
limites, para que não se estabeleça o caos. Quando EUA
ou França restringem a imigração, ninguém os chama
de xenófobos, a não ser os
mexicanos ou argelinos.
Folha - O sr. concorda
com os elogios de Haider
ao regime de Adolf Hitler?
Kickl - As declarações dele
foram retiradas de contexto.
Haider elogiou um ponto específico do governo de Hitler, que é seu desempenho
econômico. Daí a dizer que
apoiamos o restante do que
ele fez há uma distância.
Folha - O que o sr. acha
do Holocausto?
Kickl - Foi um crime, uma
tragédia. Insisto neste ponto: o regime de Hitler, por
suas políticas de extermínio,
foi uma das grandes tragédias do século. Só mesmo alguém com más intenções
pode achar que, no poder,
faríamos algo parecido.
Folha - O seu partido vai
pressionar a Áustria a sair
da União Européia?
Kickl - Isso é outro mal-entendido. A UE traz muitas
vantagens para o cidadão
austríaco. O que nós defendemos é a supremacia dos
governos nacionais, que são
eleitos, sobre as ordens ditadas pela burocracia da UE.
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