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ONU acusa Hamas de confiscar suprimentos
DA REDAÇÃO
A ONU acusou ontem o Hamas, grupo radical no poder na
faixa de Gaza, de ter se apropriado de parte da ajuda humanitária destinada à população
civil no âmbito dos esforços internacionais pela reconstrução
do território palestino, bombardeado por Israel durante
três semanas.
Segundo um porta-voz da
ONU, policiais do Hamas levaram anteontem 3.500 cobertores e 400 pacotes de alimentos
de um depósito do organismo
em Gaza.
O porta-voz ressaltou que foi
o primeiro incidente deste tipo
desde o fim dos ataques israelenses, em 18 de janeiro, e exigiu a devolução do material.
O ministro do Bem-Estar do
governo do Hamas na faixa de
Gaza, Ahmed al Kurd, negou
que o grupo tenha confiscado a
ajuda, mas admitiu que há divergências com a ONU sobre
como os suprimentos devem
ser distribuídos.
O caso evidencia a dificuldade de resolver o problema da
ajuda humanitária e da reconstrução de Gaza, após a ofensiva
israelense que deixou 1.300 palestinos mortos e destruiu a infraestrutura do território.
Vencedor das eleições legislativas palestinas de 2006, o
Hamas governa Gaza sozinho
desde que expulsou da região
há um ano e meio os rivais do
Fatah, que controlam a Autoridade Nacional Palestina (ANP)
e são o interlocutor aceito por
Israel, EUA e União Europeia.
As potências ocidentais consideram o Hamas um grupo
terrorista e exigem que a responsabilidade pela reconstrução de Gaza seja dada à ANP.
Diante do impasse, Israel
continua proibindo a entrada
de toneladas de material de
construção em Gaza, impedindo a revitalização da região.
Mas a severidade das restrições impostas por Israel ao território palestino levou a aliada
UE a cobrar um alívio dos "obstáculos" à entrada de ajuda humanitária à população.
O Exército de Israel divulgou
ontem comunicado lamentando um dos incidentes mais
marcantes da ofensiva em Gaza. No dia 16 de janeiro, a TV israelense transmitiu o choro desesperado do ginecologista palestino Izzedin Aboul Aish, que
teve três de suas filhas mortas
por disparos de um tanque israelense enquanto ele estava
sendo entrevistado ao vivo.
Os militares israelenses lamentaram o ocorrido, mas afirmaram que, "diante do contexto de batalha", os autores dos
disparos contra a casa do médico agiram de forma "razoável".
Com agências internacionais
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