São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONU acusa Hamas de confiscar suprimentos

DA REDAÇÃO

A ONU acusou ontem o Hamas, grupo radical no poder na faixa de Gaza, de ter se apropriado de parte da ajuda humanitária destinada à população civil no âmbito dos esforços internacionais pela reconstrução do território palestino, bombardeado por Israel durante três semanas.
Segundo um porta-voz da ONU, policiais do Hamas levaram anteontem 3.500 cobertores e 400 pacotes de alimentos de um depósito do organismo em Gaza.
O porta-voz ressaltou que foi o primeiro incidente deste tipo desde o fim dos ataques israelenses, em 18 de janeiro, e exigiu a devolução do material.
O ministro do Bem-Estar do governo do Hamas na faixa de Gaza, Ahmed al Kurd, negou que o grupo tenha confiscado a ajuda, mas admitiu que há divergências com a ONU sobre como os suprimentos devem ser distribuídos.
O caso evidencia a dificuldade de resolver o problema da ajuda humanitária e da reconstrução de Gaza, após a ofensiva israelense que deixou 1.300 palestinos mortos e destruiu a infraestrutura do território.
Vencedor das eleições legislativas palestinas de 2006, o Hamas governa Gaza sozinho desde que expulsou da região há um ano e meio os rivais do Fatah, que controlam a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e são o interlocutor aceito por Israel, EUA e União Europeia.
As potências ocidentais consideram o Hamas um grupo terrorista e exigem que a responsabilidade pela reconstrução de Gaza seja dada à ANP.
Diante do impasse, Israel continua proibindo a entrada de toneladas de material de construção em Gaza, impedindo a revitalização da região.
Mas a severidade das restrições impostas por Israel ao território palestino levou a aliada UE a cobrar um alívio dos "obstáculos" à entrada de ajuda humanitária à população.
O Exército de Israel divulgou ontem comunicado lamentando um dos incidentes mais marcantes da ofensiva em Gaza. No dia 16 de janeiro, a TV israelense transmitiu o choro desesperado do ginecologista palestino Izzedin Aboul Aish, que teve três de suas filhas mortas por disparos de um tanque israelense enquanto ele estava sendo entrevistado ao vivo.
Os militares israelenses lamentaram o ocorrido, mas afirmaram que, "diante do contexto de batalha", os autores dos disparos contra a casa do médico agiram de forma "razoável".

Com agências internacionais


Texto Anterior: Nazista mais procurado está morto desde 92
Próximo Texto: Mercosul: PSDB adia sessão sobre adesão da Venezuela
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.