São Paulo, domingo, 05 de março de 2000


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Economia não garante vitória de Gore

RICHARD W. STEVENSON
do "The New York Times"
Se o vice-presidente Al Gore vem contando com alguma coisa nesta tumultuada temporada política, é com a economia forte norte-americana, que, se ele conquistar a indicação presidencial democrata, deve lhe garantir boa vantagem na eleição.
A economia continua tão forte quanto nunca. Mas a estratégia adotada por Gore para usá-la em vantagem própria terá de mudar -e, no final das contas, pode revelar-se menos potente- se seu adversário for o senador John McCain, em vez do governador George W. Bush.
Para a equipe de Gore, Bush, que até poucas semanas parecia estar garantido como candidato de seu partido, é sob muitos aspectos o rival ideal. O ponto central da campanha do texano vem sendo a proposta de forte redução dos impostos, que os assessores de Gore têm certeza de que poderiam retratar como sendo uma ameaça à Previdência Social.
Mas, quando se trata de questões econômicas, McCain é um alvo menor e mais difícil de atacar. Embora defenda reduções nos impostos, os cortes que propõe estão mais próximos dos defendidos por Gore. Como o presidente Clinton e seu vice, McCain afirma que seu objetivo primeiro é salvar a Previdência Social. Como o governo, defende as vantagens de longo prazo da redução da dívida nacional.
"McCain não contesta a estrutura fundamental da administração Clinton/Gore", disse Will Marshall, presidente do Instituto de Política Progressista, organização de pesquisas criada por democratas centristas. "Gore terá dificuldade maior em identificar pontos de contraste com o candidato republicano, se for McCain."
Para os partidários de McCain, a abordagem moderada à política econômica é um dos fatores cruciais da afirmação que move sua candidatura: a de que ele é mais elegível do que Bush.
"As medidas que McCain propõe são politicamente viáveis em Washington, fato que o protege e o coloca em posição de vantagem estratégica em relação a Gore, caso venha a enfrentá-lo na eleição", diz o deputado republicano da Carolina do Sul Mark Sanford, partidário de McCain.


Tradução de Clara Allain



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