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Economia não garante
vitória de Gore
RICHARD W. STEVENSON
do "The New York Times"
Se o vice-presidente Al Gore vem contando com alguma coisa nesta tumultuada
temporada política, é com a
economia forte norte-americana, que, se ele conquistar
a indicação presidencial democrata, deve lhe garantir
boa vantagem na eleição.
A economia continua tão
forte quanto nunca. Mas a
estratégia adotada por Gore
para usá-la em vantagem
própria terá de mudar -e,
no final das contas, pode revelar-se menos potente- se
seu adversário for o senador
John McCain, em vez do governador George W. Bush.
Para a equipe de Gore,
Bush, que até poucas semanas parecia estar garantido
como candidato de seu partido, é sob muitos aspectos o
rival ideal. O ponto central
da campanha do texano vem
sendo a proposta de forte redução dos impostos, que os
assessores de Gore têm certeza de que poderiam retratar como sendo uma ameaça
à Previdência Social.
Mas, quando se trata de
questões econômicas,
McCain é um alvo menor e
mais difícil de atacar. Embora defenda reduções nos impostos, os cortes que propõe
estão mais próximos dos defendidos por Gore. Como o
presidente Clinton e seu vice, McCain afirma que seu
objetivo primeiro é salvar a
Previdência Social. Como o
governo, defende as vantagens de longo prazo da redução da dívida nacional.
"McCain não contesta a
estrutura fundamental da
administração Clinton/Gore", disse Will Marshall, presidente do Instituto de Política Progressista, organização de pesquisas criada por
democratas centristas. "Gore terá dificuldade maior em
identificar pontos de contraste com o candidato republicano, se for McCain."
Para os partidários de
McCain, a abordagem moderada à política econômica
é um dos fatores cruciais da
afirmação que move sua
candidatura: a de que ele é
mais elegível do que Bush.
"As medidas que McCain
propõe são politicamente
viáveis em Washington, fato
que o protege e o coloca em
posição de vantagem estratégica em relação a Gore, caso venha a enfrentá-lo na
eleição", diz o deputado republicano da Carolina do
Sul Mark Sanford, partidário de McCain.
Tradução de Clara Allain
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