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Bush apóia Uribe e vê "provocação" de Chávez em conflito
O presidente norte-americano declarou "completo apoio" à Colômbia, frente a "manobras provocadoras" da Venezuela
Bush agradece Uribe por luta contra as Farc e pede que Congresso aprove TLC com o país andino, como mostra de apoio político
DA REDAÇÃO
Criticado na América do Sul
por ter invadido o território do
Equador na operação em que
foi morto o número 2 das Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes,
no sábado, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, recebeu
ontem o apoio do seu principal
aliado no continente, o americano George W. Bush.
No seu primeiro pronunciamento oficial sobre a crise regional desencadeada pela operação, Bush declarou "completo apoio" a Uribe, frente ao que
chamou de "manobras provocadoras" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez -que no
domingo anunciou o envio de
tropas para a fronteira com a
Colômbia e advertiu Bogotá de
que haveria guerra se o mesmo
acontecesse em território venezuelano.
Bush disse que os Estados
Unidos"se opõem a qualquer
ato de agressão que possa servir
para desestabilizar a região andina". "A mensagem de nosso
país ao presidente Uribe e ao
povo colombiano é que estamos do lado de nosso aliado democrático", declarou o presidente dos EUA, agradecendo
Uribe por "sua forte liderança
na luta contra as Farc".
Como mostra de apoio à Colômbia, ele pediu ao Congresso
para aprovar o Tratado de Livre
Comércio (TLC) entre os dois
países, assinado em 2006 e
nunca ratificado. Segundo
Bush, a não aprovação do acordo daria "asas aos demagogos".
As declarações do presidente
americano foram feitas após
uma conversa telefônica com
Uribe, no início da tarde.
O Congresso dos EUA também se manifestou e exortou a
OEA (Organização dos Estados
Americanos) a enviar uma delegação à região andina para
ajudar na resolução da crise.
Mais tarde, o porta-voz do
Departamento de Estado, Tom
Casey, chamou todos os países
a cooperarem com a Colômbia
para fazer frente às Farc e pediu que o Equador -que anteontem rompeu relações com
Bogotá, depois de rejeitar a versão de Uribe de que a operação
foi em defesa a um ataque das
Farc, e portanto um ato não-planejado- "trabalhe de forma
diplomática com o governo colombiano" para resolver a crise.
Apesar de considerar as Farc
um grupo terrorista, os EUA
tentaram dialogar com a organização em 1988, segundo um
documento divulgado ontem
na internet pelo instituto independente Nacional Security
Archive, da Universidade George Washington. O próprio falecido Raúl Reyes teria se reunido em sigilo com diplomatas
americanos na Costa Rica, para
buscar "um canal de comunicação" entre os EUA e a guerrilha.
Os EUA financiam o Plano
Colômbia, de combate ao tráfico e à guerrilha, pelo qual enviaram US$ 4 bilhões ao país
nos últimos quatro anos.
Com agências internacionais.
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