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Hillary condena demolição de casas de árabes em Jerusalém
Medida de Israel "não ajuda" negociações de paz, diz secretária de Estado dos EUA
Em visita ao presidente da Autoridade Palestina, ela afirma ter pressionado o governo israelense a abrir as fronteiras da faixa de Gaza
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, criticou
Israel ontem pelos planos de
demolir casas de palestinos no
setor oriental (árabe) de Jerusalém. Segundo ela, as demolições violam compromissos internacionais e "não ajudam" os
esforços de paz na região.
O setor árabe de Jerusalém
foi ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e os
palestinos pretendem instalar
ali a capital de um futuro Estado. Apesar de resoluções da
ONU pedirem sua retirada, Israel declarou a anexação da
área como parte de sua "capital
indivisível".
Hillary disse que pretende
discutir a questão das demolições com o governo israelense e
com a Prefeitura de Jerusalém
-hoje, cerca de 30% da população da cidade é árabe.
Israel ordenou a demolição
de 88 casas na semana passada
e de mais 55 nesta, alegando
que elas foram construídas ilegalmente. Os palestinos apontam dificuldades de obter os alvarás de legalização das propriedades, em vista do objetivo
israelense de aumentar a população judaica da cidade.
"A questão claramente preocupa profundamente a todos os
diretamente envolvidos", disse
a secretária de Estado.
Hillary deu entrevista em
Ramallah, na Cisjordânia, onde
foi demonstrar apoio ao presidente da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), Mahmoud
Abbas. Ela afirmou ter pressionado Israel a abrir os postos de
fronteira para a faixa de Gaza
-devastada após a ofensiva
contra o grupo islâmico Hamas, que venceu as eleições palestinas de 2006 e controla o
território.
"Nós expressamos preocupação quanto aos postos de fronteira", disse. "Queremos que a
assistência humanitária chegue a Gaza em volume suficiente para ajudar a aliviar o sofrimento do povo da região."
Os EUA doaram US$ 900 milhões para a reconstrução de
Gaza -a ajuda econômica e militar a Israel neste ano somará
US$ 2,55 bilhões-, mas não reconhecem o Hamas como interlocutor legítimo.
Síria e Rússia
A visita a Ramallah encerrou
a turnê da secretária de Estado
pelo Oriente Médio. Seu anúncio mais importante foi o de
que o governo Obama enviará
dois emissários à Síria neste final de semana -o país havia sido isolado durante o governo
de George W. Bush.
A iniciativa sugere que o governo Obama pretende enfrentar os três desafios interligados
do Oriente Médio: a ameaça
nuclear do Irã; as tensões entre
Israel e a Síria; e o conflito entre israelenses e palestinos. A
Síria, hoje aliada do Irã e do Hamas, pode ser a chave para atenuar as três situações.
Ao procurar um entendimento com a Síria, os EUA podem reforçar a pressão sobre
Teerã por uma resposta à sua
oferta de negociações diretas.
Um entendimento como esse
também daria aos demais países árabes a cobertura política
necessária para que negociem
com Israel. Isso complicaria a
situação do Hamas.
Ontem, Damasco indicou
que pode vir a endossar a Iniciativa de Paz Árabe, proposta
pela Arábia Saudita em 2002 e
que oferece a paz a Israel em
troca da retirada dos territórios
ocupados em 1967, incluindo as
colinas sírias de Golã.
O apoio da Rússia, em troca
da suspensão do projeto americano de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu,
também está nos cálculos americanos sobre o Irã. Amanhã,
Hillary se reúne em Genebra
com o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov.
Com "New York Times e agências internacionais
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