São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2010

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Firma do Irã adquire peças de uso nuclear, diz jornal americano

Lula volta a rejeitar sanções e afirma ter alertado líderes mundiais de que isolar Teerã "pode dar caca"

DA REDAÇÃO

Uma empresa iraniana ligada ao programa nuclear do país adquiriu peças usadas especificamente no enriquecimento de urânio, informou o jornal "The Wall Street Journal".
Segundo a reportagem, nas últimas semanas, a iraniana Javedan Mehr Toos obteve válvulas e medidores de vácuo feitos por uma empresa francesa que, até dezembro, integrava o conglomerado dos EUA Tyco. As duas empresas negaram saber da operação.
O "WSJ" afirma que a investigação partiu de um e-mail enviado em janeiro último à AIEA (agência nuclear da ONU) que denunciava a passagem dos objetos por um intermediário representante de uma empresa chinesa próxima de Xangai. O Ocidente acusa o Irã de buscar a bomba atômica -Teerã nega.
Um investigador próximo da AIEA disse ao "WSJ" que, nos últimos dois anos, o Irã fez cerca de dez tentativas de comprar válvulas de enriquecer urânio a despeito de resoluções da ONU que o proíbem de fazê-lo assim como países-membros de vendê-las. Segundo o jornal, a AIEA e agências de inteligência ocidentais investigam o caso.
Os EUA trabalham para convencer os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU a impor novas sanções ao Irã ainda este mês, quando acolherão encontro sobre segurança nuclear em Washington, com presença da relutante China, que depende do petróleo e do gás iranianos e é o principal parceiro comercial do país.
Ontem, o principal negociador nuclear do Irã, Said Jalili, anunciou que a China comparecerá a uma conferência sobre desarmamento nuclear que acontecerá em Teerã dias antes do encontro americano.
Em entrevista ao programa Canal Livre (TV Bandeirantes) que foi ao ar ontem, o presidente Lula voltou a defender a posição contrária a sanções contra o Irã e disse que repreendeu líderes mundiais, afirmando que estavam errados "em encostar o Irã na parede".
"Se vocês ficarem isolando o Irã politicamente, isso pode dar caca", afirmou Lula ao relatar recentes conversas com o americano Barack Obama, o francês Nicolas Sarkozy e o britânico Gordon Brown.


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