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Oposição mantém governos e evita a hegemonia de Evo
Segundo bocas de urna, rivais do presidente boliviano vencem em até 5 das 9 regiões
Mandatário, reeleito em dezembro passado com 64% dos votos, fracassa assim
no objetivo de estender o seu domínio sobre o país
DA REDAÇÃO
Pesquisas de boca de urna revelam que a oposição ao presidente da Bolívia, Evo Morales,
deve conseguir manter o domínio da chamada "meia-lua" nas
eleições regionais realizadas
ontem em todo o país.
Levantamentos de boca de
urna de TVs e jornais bolivianos indicam que o partido de
Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), ganhou as eleições para governador em La
Paz, Cochabamba, Oruro e Potosí. Já a oposição venceu em
Santa Cruz, Beni e Tarija, que,
juntamente com Pando, onde
as pesquisas mostram uma
vantagem menos clara da oposição, formam a "meia-lua", região ocidental do país que se
notabilizou por uma forte oposição a Morales em seu primeiro mandato.
O nono departamento do
país, Chuquisaca, também não
tinha um vencedor claro segundo as bocas de urna.
No pior dos cenários, o partido de Morales perderá apenas o
controle de Pando -onde um
aliado do governo assumiu o
poder após conflitos que deixaram 18 mortos em 2008 e geraram a prisão do governador
oposicionista Leopoldo Fernández-, já que os demais departamentos já são atualmente
governados pela oposição.
Morales, que foi reeleito em
dezembro do ano passado com
pouco mais de 64% dos votos,
tinha a intenção declarada de
estender sua hegemonia para
as áreas do país controladas pela oposição. Durante a campanha, o presidente chegou a prever o fim da "meia-lua".
Mãos estendidas
Vários líderes da oposição
que, segundo as pesquisas, revalidaram seus mandatos nas
eleições de ontem, ofereceram
a Morales "união" e trabalho
conjunto pelo futuro do país.
O governador de Santa Cruz,
Rubén Costas, afirmou que
chegou a hora "de construir e
contribuir" para "construir o
futuro" da Bolívia. No entanto,
ele pediu para que não se confunda "nossa mão estendida
com uma mão rendida". "Nossa
mão está mais forte, em termos
democráticos, do que antes",
completou.
O também reeleito prefeito
de Potosí, René Joaquino -que
foi candidato à Presidência no
ano passado-, seguiu a mesma
linha. "As autoridades eleitas
são autoridades de todos e temos o compromisso de coordenar e trabalhar em uma gestão
conjunta [com o governo central] para Potosí", declarou
após conhecer os primeiros resultados de boca de urnas.
Já Evo Morales declarou seu
partido o vencedor das eleições
e pediu à oposição para que evite a confrontação política até o
fim de seu mandato, em 2015.
"Que os opositores entendam que esse processo de mudança [política, com o MAS] é
irreversível, e que é melhor se
eles puderem somar. Se não,
que pelo menos contribuam
com gestão para que o povo saia
ganhando", assinalou.
Afora a dura disputa política,
as eleições de ontem foram
marcadas pela tranquilidade e
pela alta participação, segundo
a Corte Nacional Eleitoral
(CNE) e a missão de observadores da OEA (Organização dos
Estados Americanos).
Pouco mais de 5 milhões de
eleitores estavam inscritos para eleger nove governadores,
337 prefeitos, 1.887 vereadores,
23 autoridades indígenas locais, além de subgovernadores,
parlamentares departamentais
(estaduais) e corregedores.
Segundo o Ministério de Governo, foram registrados apenas incidentes isolados, que
não demandaram a intervenção das forças de segurança.
Com agências internacionais
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