São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Palestino é baleado dentro da igreja da Natividade, em Belém

Novas ações de Israel matam três

DA REDAÇÃO

Novas ações do Exército de Israel deixaram ontem três palestinos mortos. Uma das vítimas era um militante das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, atingido por disparo de um atirador de elite israelense dentro da igreja da Natividade, em Belém.
O ataque marcou mais um dia de negociações frustradas para encerrar o cerco ao local onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu. Permanecem lá dentro cerca de 150 pessoas, entre elas 30 palestinos armados que se refugiaram da ofensiva do Exército de Israel, há mais de um mês.
Salah al Tamaari, que chefiava negociações em busca de solução para o impasse em Belém, anunciou ontem a renúncia da equipe palestina de negociadores. Ele informou ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, que "a missão terminou", em razão da negativa israelense em fazer concessões. Apesar disso, o diálogo prosseguia, com europeus e americanos envolvidos.
Horas antes, o prefeito de Belém, Hanna Nasser, dissera que os EUA tentavam mediar um acordo entre as partes e que o cerco à igreja poderia ser suspenso em poucas horas.
Uma grande explosão ocorreu a cerca de 100 metros da praça da Manjedoura (centro de Belém), ferindo um garoto de 14 anos. Uma placa em frente ao edifício indicava haver ali uma clínica médica, mas militares israelenses que se dirigiram ao local exibiram aos jornalistas sacos de pólvora encontrados e disseram se tratar de uma fábrica de explosivos, supostamente pertencente ao grupo extremistas islâmico Hamas.
O Exército de Israel matou outros dois palestinos na faixa de Gaza. Uma das vítimas foi baleada após abrir fogo contra soldados próximo ao bloco de colônias judaicas de Gush Katif. A outra, um policial de 25 anos, foi atingido durante incursão militar com tanques na região do campo de refugiados de Khan Yunis.

Viagem de Sharon
O premiê israelense, Ariel Sharon, embarca hoje para os EUA, onde deve se encontrar amanhã e terça-feira com o presidente George W. Bush. Ele pretende apresentar ao líder americano um plano de paz, que teria como base acordo interino de longo prazo.
A realização de uma conferência internacional sobre a paz no Oriente Médio -proposta na semana passada por EUA, ONU, União Européia e Rússia- também estará na pauta do encontro.
O governo da Turquia anunciou ontem que o país estaria disposto a servir como sede da conferência, que seria realizada no início do verão no hemisfério Norte.
Israelenses e palestinos receberam com cautela essa proposta. O chanceler do Egito, Ahmed Maher, disse ontem que seu país só aceita uma conferência internacional após uma retirada israelense dos territórios reocupados nas últimas semanas.
Arafat, que após acordo pôde deixar seu quartel-general, onde ficou sitiado por 34 dias, se reuniu ontem com diplomatas europeus em Ramallah. Ele tem planos de se encontrar com representantes da Arábia Saudita para debater a proposta de paz apresentada pelo príncipe saudita. Ministros dos países do mundo árabe devem se reunir no Cairo esta semana para tratar do assunto.


Com agências internacionais



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