|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Secretário americano diz que Israel
deve atenuar ação contra palestinos
DA REUTERS
William Burns, secretário-assistente de Estado dos EUA, afirmou ontem, dando início às conversas relacionadas ao roteiro de
paz anunciado alguns dias antes,
que Israel deveria atenuar suas
ações militares contra os palestinos para encorajá-los a rejeitar a
violência.
Burns estava preparando o terreno para a mais esperada rodada
de negociações sobre a questão israelo-palestina desde que as reuniões de Camp David, patrocinadas pelos EUA, não deram resultado, em meados de 2000.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, deverá visitar Israel
e, provavelmente, os territórios
controlados pela Autoridade Nacional Palestina, nesta semana,
pela primeira vez nos últimos 13
meses. Burns chegou antes dele à
região para escutar as impressões
de israelenses e palestinos sobre o
roteiro apoiado pelos EUA.
Burns disse que o presidente
George W. Bush e Powell têm em
mente alguns passos que "Israel
deverá levar em conta para que
passos importantes possam ser
dados do lado palestino no sentido de agir decisivamente contra o
terrorismo e a violência".
"Obviamente, a questão humanitária é muito difícil para os palestinos, e esperamos que passos
concretos sejam dados para atenuar o problema", afirmou Burns
após conversar com o chanceler
israelense, Silvan Shalom.
"Para tanto, serão necessárias
medidas de ambos os lados. Só assim aproveitaremos a oportunidade que acreditamos existir agora", acrescentou Burns.
Seus comentários visaram objeções israelenses à idéia do roteiro
de paz de que passos concretos
deverão ser dados para reforçar a
confiança mútua. Isso tem como
objetivo permitir a criação de um
Estado palestino (até 2005) na faixa de Gaza e na Cisjordânia, territórios que foram ocupados por Israel durante a guerra de 1967, e a
existência pacífica de Israel.
A coalizão de direita do premiê
israelense, Ariel Sharon, diz que o
roteiro apoiado pelos EUA não
põe pressão suficiente nos palestinos e que, assim, eles não se sentirão forçados a desarmar e a prender militantes extremistas ou terroristas antes que Israel deixe as
cidades palestinas ou suspenda a
construção de assentamentos nos
territórios ocupados.
Shalom afirmou que Israel não
pretende correr o risco de retirar
suas forças dos territórios palestinos antes de ter certeza de que
grupos terroristas não voltarão a
atacar o país.
Esses grupos prometeram desafiar a intenção do premiê palestino (Mahmoud Abbas -mais conhecido como Abu Mazen) de negociar com Israel. Abu Mazen disse ontem que quer encontrar-se
com Sharon para discutir as perspectivas do processo de paz.
As negociações de paz buscam
pôr fim a 31 meses de violência
entre as duas partes, nos quais ao
menos 2.034 palestinos e 737 israelenses já morreram.
Trabalhistas
Amram Mitzna, o ex-general
moderado que foi derrotado por
Sharon nas eleições legislativas de
janeiro, deixou ontem a liderança
do Partido Trabalhista (centro-esquerda). Segundo a mídia local,
rivalidades pessoais dentro do
partido, não a rejeição do eleitorado à sua proposta de fazer concessões unilaterais aos palestinos,
motivaram sua decisão.
Texto Anterior: Não sofremos pressão, dizem grupos terroristas Próximo Texto: Ásia: Confronto entre Exército e rebeldes provoca 22 mortes nas Filipinas Índice
|