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São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2003

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Secretário americano diz que Israel deve atenuar ação contra palestinos

DA REUTERS

William Burns, secretário-assistente de Estado dos EUA, afirmou ontem, dando início às conversas relacionadas ao roteiro de paz anunciado alguns dias antes, que Israel deveria atenuar suas ações militares contra os palestinos para encorajá-los a rejeitar a violência.
Burns estava preparando o terreno para a mais esperada rodada de negociações sobre a questão israelo-palestina desde que as reuniões de Camp David, patrocinadas pelos EUA, não deram resultado, em meados de 2000.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, deverá visitar Israel e, provavelmente, os territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestina, nesta semana, pela primeira vez nos últimos 13 meses. Burns chegou antes dele à região para escutar as impressões de israelenses e palestinos sobre o roteiro apoiado pelos EUA.
Burns disse que o presidente George W. Bush e Powell têm em mente alguns passos que "Israel deverá levar em conta para que passos importantes possam ser dados do lado palestino no sentido de agir decisivamente contra o terrorismo e a violência".
"Obviamente, a questão humanitária é muito difícil para os palestinos, e esperamos que passos concretos sejam dados para atenuar o problema", afirmou Burns após conversar com o chanceler israelense, Silvan Shalom.
"Para tanto, serão necessárias medidas de ambos os lados. Só assim aproveitaremos a oportunidade que acreditamos existir agora", acrescentou Burns.
Seus comentários visaram objeções israelenses à idéia do roteiro de paz de que passos concretos deverão ser dados para reforçar a confiança mútua. Isso tem como objetivo permitir a criação de um Estado palestino (até 2005) na faixa de Gaza e na Cisjordânia, territórios que foram ocupados por Israel durante a guerra de 1967, e a existência pacífica de Israel.
A coalizão de direita do premiê israelense, Ariel Sharon, diz que o roteiro apoiado pelos EUA não põe pressão suficiente nos palestinos e que, assim, eles não se sentirão forçados a desarmar e a prender militantes extremistas ou terroristas antes que Israel deixe as cidades palestinas ou suspenda a construção de assentamentos nos territórios ocupados.
Shalom afirmou que Israel não pretende correr o risco de retirar suas forças dos territórios palestinos antes de ter certeza de que grupos terroristas não voltarão a atacar o país.
Esses grupos prometeram desafiar a intenção do premiê palestino (Mahmoud Abbas -mais conhecido como Abu Mazen) de negociar com Israel. Abu Mazen disse ontem que quer encontrar-se com Sharon para discutir as perspectivas do processo de paz.
As negociações de paz buscam pôr fim a 31 meses de violência entre as duas partes, nos quais ao menos 2.034 palestinos e 737 israelenses já morreram.

Trabalhistas
Amram Mitzna, o ex-general moderado que foi derrotado por Sharon nas eleições legislativas de janeiro, deixou ontem a liderança do Partido Trabalhista (centro-esquerda). Segundo a mídia local, rivalidades pessoais dentro do partido, não a rejeição do eleitorado à sua proposta de fazer concessões unilaterais aos palestinos, motivaram sua decisão.


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