São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Culpando violinista, chanceler do Irã deixa jantar antes de encontrar Rice

ANNE PENKETH
DO "INDEPENDENT"

A ocasião era vista como oportunidade para uma reaproximação entre Irã e EUA. Os convidados distintos estavam reunidos para um jantar de gala à beira-mar, na noite de quinta-feira, no resort egípcio de Sharm el Sheikh, às margens do mar Vermelho. São em eventos como esses que freqüentemente se realiza a diplomacia real. Os anfitriões egípcios tinham preparado um banquete de lagostim e carne bovina, acompanhados de vinho egípcio, no hotel Sheraton. Sobre um palco, uma violinista tocava como pano de fundo. Foi quando chegou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki. A primeira coisa que ele observou foi que seu lugar marcado ficava na mesma mesa que a secretária Condoleezza Rice -na frente dela. Em seguida ele viu a violinista, que usava um vestido de noite vermelho longo e estava envolta numa estola.
Momentos mais tarde o representante iraniano deixou o local, irritado, antes da chegada de Rice. Teria sido por causa da violinista "escassamente trajada" no vestido vermelho sem mangas, como os iranianos teriam reclamado? Teria sido graças ao plano de lugares na mesa, depois de os iranianos terem deixado claro que seu chanceler não estava disposto a conversar com a chefe da delegação americana? "Não sei de que mulher ele teve medo, se foi da mulher de vestido vermelho ou da secretária de Estado", comentou ironicamente o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack.
Os outros convidados na mesa de Rice, incluindo a ministra britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, ficaram perplexos. Mas, seja qual for a explicação, o incidente jogou por terra quaisquer esperanças de conversações diretas entre Rice e Mottaki. Foi tudo muito distante do que os americanas esperavam originalmente para a conferência de Sharm el Sheikh. No início da semana, o subsecretário de Estado, Nicholas Burns, deixou claro que os Estados Unidos tinham esperanças de uma troca direta entre sua chefe e o chanceler iraniano. Mas os iranianos continuam a fazer-se de difíceis.


Tradução de CLARA ALLAIN


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