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Culpando violinista, chanceler do Irã deixa jantar antes de encontrar Rice
ANNE PENKETH
DO "INDEPENDENT"
A ocasião era vista como
oportunidade para uma reaproximação entre Irã e EUA.
Os convidados distintos estavam reunidos para um jantar
de gala à beira-mar, na noite de
quinta-feira, no resort egípcio
de Sharm el Sheikh, às margens
do mar Vermelho. São em
eventos como esses que freqüentemente se realiza a diplomacia real.
Os anfitriões egípcios tinham
preparado um banquete de lagostim e carne bovina, acompanhados de vinho egípcio, no hotel Sheraton. Sobre um palco,
uma violinista tocava como pano de fundo.
Foi quando chegou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki. A
primeira coisa que ele observou foi que seu lugar marcado
ficava na mesma mesa que a secretária Condoleezza Rice -na
frente dela. Em seguida ele viu
a violinista, que usava um vestido de noite vermelho longo e
estava envolta numa estola.
Momentos mais tarde o representante iraniano deixou o
local, irritado, antes da chegada
de Rice. Teria sido por causa da
violinista "escassamente trajada" no vestido vermelho sem
mangas, como os iranianos teriam reclamado? Teria sido
graças ao plano de lugares na
mesa, depois de os iranianos terem deixado claro que seu
chanceler não estava disposto a
conversar com a chefe da delegação americana?
"Não sei de que mulher ele
teve medo, se foi da mulher de
vestido vermelho ou da secretária de Estado", comentou ironicamente o porta-voz do Departamento de Estado dos
EUA, Sean McCormack.
Os outros convidados na mesa de Rice, incluindo a ministra
britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, ficaram
perplexos.
Mas, seja qual for a explicação, o incidente jogou por terra
quaisquer esperanças de conversações diretas entre Rice e
Mottaki.
Foi tudo muito distante do
que os americanas esperavam
originalmente para a conferência de Sharm el Sheikh.
No início da semana, o subsecretário de Estado, Nicholas
Burns, deixou claro que os Estados Unidos tinham esperanças de uma troca direta entre
sua chefe e o chanceler iraniano. Mas os iranianos continuam a fazer-se de difíceis.
Tradução de CLARA ALLAIN
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