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CHINA
Cardeal quer apurar massacre de 89 na praça da Paz Celestial
DA REDAÇÃO
No 17º aniversário do massacre ocorrido na praça da
Paz Celestial, o membro
mais importante da Igreja
Católica na China pediu uma
revisão aberta e total de todas mortes ocorridas durante o confronto entre forças
militares do governo chinês
e estudantes pró-democracia em 1989. Nunca houve
uma contagem oficial dos
mortos no incidente.
O cardeal Joseph Zen, nomeado pelo Vaticano no ano
passado e que não é reconhecido por Pequim como representante da igreja, defendeu os estudantes mortos na
praça em um culto.
"Tudo que os estudantes
pediram era um governo
limpo -isso é um pecado?",
disse. Zen questionou o sucesso econômico reivindicado pelo Partido Comunista
Chinês, que afirma ter trazido prosperidade à população
de 1,3 bilhão de chineses.
"A economia melhorou e
algumas pessoas têm ganhado muito dinheiro, mas a
corrupção aflora, a desigualdade social é imensa, minas
de carvão seguem engolindo
trabalhadores e remédios
falsos invadem o mercado."
Liu Bainian, secretário-geral da associação católica
aprovada por Pequim, disse
se sentir surpreso com as declarações do cardeal Zen e
afirmou que o religioso não
deveria adentrar o terreno
político.
A polícia chinesa reforçou
a segurança na área da praça
da Paz Celestial, onde não
houve incidentes nem grandes protestos. Mas em Hong
Kong, que voltou ao controle
do governo chinês somente
em 1997, 44 mil pessoas, segundo organizadores, e 19
mil pessoas, de acordo com a
polícia, participaram de uma
vigília em homenagem às vítimas do massacre.
Em abril último, a mãe de
um estudante morto na praça da Paz Celestial recebeu
uma compensação do governo chinês -o primeiro caso
de reparação oficial.
Com "The New York Times" e agências internacionais
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