São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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CHINA

Cardeal quer apurar massacre de 89 na praça da Paz Celestial

DA REDAÇÃO

No 17º aniversário do massacre ocorrido na praça da Paz Celestial, o membro mais importante da Igreja Católica na China pediu uma revisão aberta e total de todas mortes ocorridas durante o confronto entre forças militares do governo chinês e estudantes pró-democracia em 1989. Nunca houve uma contagem oficial dos mortos no incidente.
O cardeal Joseph Zen, nomeado pelo Vaticano no ano passado e que não é reconhecido por Pequim como representante da igreja, defendeu os estudantes mortos na praça em um culto.
"Tudo que os estudantes pediram era um governo limpo -isso é um pecado?", disse. Zen questionou o sucesso econômico reivindicado pelo Partido Comunista Chinês, que afirma ter trazido prosperidade à população de 1,3 bilhão de chineses.
"A economia melhorou e algumas pessoas têm ganhado muito dinheiro, mas a corrupção aflora, a desigualdade social é imensa, minas de carvão seguem engolindo trabalhadores e remédios falsos invadem o mercado."
Liu Bainian, secretário-geral da associação católica aprovada por Pequim, disse se sentir surpreso com as declarações do cardeal Zen e afirmou que o religioso não deveria adentrar o terreno político.
A polícia chinesa reforçou a segurança na área da praça da Paz Celestial, onde não houve incidentes nem grandes protestos. Mas em Hong Kong, que voltou ao controle do governo chinês somente em 1997, 44 mil pessoas, segundo organizadores, e 19 mil pessoas, de acordo com a polícia, participaram de uma vigília em homenagem às vítimas do massacre.
Em abril último, a mãe de um estudante morto na praça da Paz Celestial recebeu uma compensação do governo chinês -o primeiro caso de reparação oficial.


Com "The New York Times" e agências internacionais

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