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Contrariando Israel, presidente cita "Palestina" e admite Irã nuclear
DA REDAÇÃO
Como parte do esforço para
conquistar a confiança do
mundo muçulmano, o presidente americano, Barack Obama, usou o discurso de ontem
no Cairo para se distanciar, ao
menos retoricamente, da ideia
de que os EUA estão sempre
alinhados com Israel.
O sinal mais claro deste aceno surgiu quando Obama defendeu o direito de a "Palestina" existir.
Cara aos muçulmanos, a palavra é rejeitada por muitos israelenses, que consideram a
Cisjordânia e a faixa de Gaza
parte do "Grande Israel" -uma
terra que, segundo uma interpretação religiosa literal, seria
destinada aos judeus por vontade divina.
Embora seja oficialmente
utilizada pelos países árabes, a
expressão "Palestina" não tem
base legal, já que não é reconhecida pelas normas internacionais como nome de país.
A fala de Obama reflete a sua
ambição de conquistar a paz no
Oriente Médio por meio da
criação de um Estado palestino
independente convivendo ao
lado de Israel. O atual governo
israelense rejeita esta ideia,
alegando razões de segurança.
Em outro ponto de atrito
com Israel, Obama reconheceu
abertamente o direito de o Irã
ter um programa nuclear civil.
Israel, único país do Oriente
Médio a ter armas nucleares,
acusa o governo iraniano de
enriquecer urânio para produzir bombas atômicas destinadas a atacar o Estado judaico.
Teerã insiste em que suas
centrais servem só para produzir energia e negocia uma solução que lhe permita continuar
enriquecendo urânio -o que
tem direito a fazer sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, desde que em cooperação
com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Num apelo a Israel, que cogita atacar o Irã, Obama citou as
escrituras sagradas judaicas dizendo que "a base da Torá é a
ideia de promover a paz".
Mesmo pressionando Israel,
o presidente americano ressaltou no discurso, pronunciado
num dos mais influentes países
muçulmanos, que a aliança entre americanos e israelenses é
"inquebrável".
Com agências internacionais
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