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Sob tensão, novo navio de ativistas ruma a Gaza
Cinco dias após ataque matar nove,
11 militantes tentam chegar à faixa
Israel afirma que fará
valer bloqueio terrestre
e marítimo ao território
palestino e deterá navio
com 1 tonelada de ajuda
Free Gaza.org/Efe
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Navio Rachel Corrie, que espera chegar hoje à faixa de Gaza
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um novo navio humanitário determinado a furar o bloqueio marítimo imposto por
Israel e atracar na costa de
Gaza ganhou ontem o foco
da tensão na região.
Parte original da frota que
foi atacada na segunda-feira,
a embarcação, que zarpara
da Irlanda há três semanas,
atrasou-se porque teve que
atracar em Malta por causa
de problemas técnicos.
Mesmo após ter nove colegas mortos no ataque militar
israelense ao Mavi Marmara,
os 11 ativistas, inclusive a Nobel da Paz irlandesa Mairead
McGuire, 66, decidiram levar
a missão adiante. A previsão
era a de que o navio, de bandeira cambojana, alcançasse
a zona marítima vigiada por
Israel na manhã de hoje.
Diferentemente da primeira missão, porém, eles destacam que não reagirão à provável interceptação de Israel.
"Vamos cooperar e esperamos que eles [os israelenses]
cooperem também. Ninguém
quer outro desastre", disse à
Folha, do navio, o ex-chefe
da ONU Denis Halliday.
"Esperamos que seja de
forma não violenta [a intervenção]. Nós sabemos que
devemos enfrentar dificuldades. Estamos ansiosos, mas
conscientes", completou.
"Se embarcarem, seremos
legais", afirmou Faizal Azumu, também a bordo, ao jornal "The New York Times".
Contrariado, o governo israelense repetiu, durante todo o dia de ontem, advertências contra a missão. No fim
do dia, foi ecoado pelos EUA,
que pediam aos ativistas que
aceitassem desviar a rota.
Os governos irlandês e israelense propuseram que o
navio atracasse no posto de
Ashdod, onde seria revistado, sob supervisão da ONU,
antes de a carga seguir ao
posto fronteiriço de Erez.
Mas os ativistas recusaram.
"Não temos intenção de ir
a Ashdod, que fica em Israel.
Saímos para entregar a carga
à população de Gaza, e é isso
que queremos fazer", disse a
Nobel da Paz McGuire.
De bandeira cambojana, o
navio foi batizado de Rachel
Corrie em homenagem à estudante americana esmagada por uma escavadeira durante um ato contra a demolição de casas por Israel em
Gaza, em 2003.
Nele, de acordo com o Movimento Gaza Livre, seu patrocinador, há mais de uma
tonelada de suprimentos.
ADVERTÊNCIAS
Em Israel, o premiê Binyamin Netanyahu pediu cautela em reunião de gabinete.
"Nós vamos parar esse navio e qualquer outro que tentar atingir a soberania de Israel", afirmou o chanceler israelense, Avigdor Liberman.
"Não existe a menor chance
de o Rachel Corrie chegar à
costa de Gaza."
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