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Olmert vê "escalada maior em guerra longa'
Israel ataca Ministério do Interior palestino após foguete do Hamas atingir uma escola vazia no sul do país
DA REDAÇÃO
Israel manteve a ameaça de
uma operação militar mais ampla na faixa de Gaza enquanto
militantes palestinos fizeram
um vago comunicado sobre o
soldado israelense mantido como refém desde o último dia 25
-os seqüestradores afirmam
que não vão feri-lo, "se ele ainda estiver vivo".
Na madrugada de hoje, mísseis israelenses atingiram o
prédio do Ministério do Interior palestino, em Gaza, deixando pelo menos quatro feridos, depois que um foguete
Qassam com mais poder de alcance do que o habitual atingiu
uma escola na cidade israelense de Ashkelon (sul). O prédio
estava vazio no momento do
incidente. O braço armado do
grupo terrorista Hamas assumiu o ataque.
O premiê israelense, Ehud
Olmert, afirmou que "essa é
uma guerra longa". "Esse incidente terá grandes conseqüências. O Hamas será o primeiro a
sofrê-las", declarou Olmert. Israel também atacou um campo
de treinamento supostamente
usado pelo Hamas em Rafah
(sul), sem deixar feridos.
O prazo para libertar mais de
mil prisioneiros em troca do
fim do seqüestro do cabo Gilad
Shalit, 19, venceu às 6h da manhã de ontem (0h de ontem em
Brasília) sem que Israel tenha
atendido a essa exigência.
Ontem, tropas e veículos
blindados vasculharam o norte
de Gaza procurando explosivos
e túneis encobertos. "Essa é
uma escalada maior na guerra
contra o terror pelo qual a organização Hamas é responsável",
disse Olmert, que esteve ontem
na casa do embaixador americano em Israel, por ocasião do
dia da independência dos EUA.
Horas depois do fim do prazo
estabelecido pelos grupos radicais, o premiê israelense reafirmou que não haveria negociações e voltou a sugerir que a Síria poderia ser alvo de uma
ofensiva conforme o desfecho
do seqüestro do soldado. O governo sírio abriga Khaled Meshal, um dos principais líderes
do braço armado do Hamas.
Para Olmert, a "guerra requer muita paciência, às vezes
infinitas contenções. Temos de
saber quando cerrar os dentes e
dar os golpes certeiros. Assim
traremos Shalit de volta."
O premiê palestino, Ismail
Haniyeh, disse que os militantes devem voltar à mesa de negociações para tratar da libertação de Gilad Shalit.
Haniyeh é parte do braço político do Hamas e é tido como
possível alvo de Israel caso haja
o retorno dos "assassinatos seletivos" de líderes do grupo.
Crise humanitária
Ontem, a ONU voltou a alertar para o perigo de uma crise
humanitária na faixa de Gaza.
Na ofensiva israelense, foram
bombardeadas centrais elétricas, e as reservas de alimentos
entregues pela ONU se esgotaram devido a bloqueios na área.
O enviado especial da entidade ao Oriente Médio, Álvaro de
Soto, pediu que Israel colabore
na reinstalação da infra-estrutura na faixa de Gaza.
Pela primeira vez após a vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinas, a Liga Árabe
transferiu US$ 50 milhões para
a Autoridade Nacional Palestina. A Arábia Saudita também
repassará hoje o mesmo valor.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, será responsável
pelos gastos das doações.
Após o braço político da organização terrorista conquistar a
maioria no Parlamento palestino, instituições financeiras se
recusaram a fazer transferências bancárias aos territórios
ocupados temendo sanções dos
EUA, aliados de Israel.
Com agências internacionais
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