São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Israel lembra 30 anos da operação que libertou 98 em aeroporto de Uganda

DA REDAÇÃO

A Knesset, Parlamento israelense, organizou ontem uma cerimônia em homenagem aos quatro militares mortos há 30 anos, durante o resgate de 98 reféns judeus ou cidadãos israelenses no aeroporto africano de Entebbe, em Uganda.
Entebbe, por seu caráter espetacular e pela precisão com que foi executada (ela durou apenas 99 minutos), foi a mais bem-sucedida operação do gênero na recente história militar.
Os reféns -de início 245 passageiros e 12 tripulantes de um Airbus da Air France, mas ao fim apenas 98, todos judeus- voavam de Atenas a Paris, num vôo iniciado no aeroporto de Tel Aviv.
O avião foi seqüestrado por dois terroristas da FPLP (Frente Popular de Libertação da Palestina) e dois outros do grupo alemão Baader-Meinhof, maoístas partidários da guerrilha urbana.
Foi no domingo, 29 de junho de 1976. O grupo forçou a tripulação a aterrissar na Líbia, onde o aparelho foi reabastecido e decolou rumo a Entebbe, aeroporto de Campala, capital ugandense, onde chegou nas primeiras horas da madrugada do dia 30. Os reféns foram amontoados num antigo terminal de passageiros desativado.
Os terroristas anunciaram que começariam a matá-los se Israel, França, Alemanha e Suíça não libertassem 53 extremistas que mantinham em suas prisões. As execuções começariam às 14h de quinta-feira, dia 1º de julho.
O então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, para ganhar tempo, anunciou aceitar as condições. E determinou que a Sayeret Matkal, comando especial de seu Exército, se preparasse para o resgate.
Os terroristas libertaram 47 passageiros não-judeus, encaminhados a Paris, onde agentes do Mossad, o serviço israelense de inteligência, deles obtiveram um mapa do terminal do aeroporto e a informação de que a polícia ugandense simpatizava e era cúmplice do comando palestino e alemão.
No sábado, dia 3 de julho, o gabinete israelense, em sessão secreta, deu sinal verde à operação. Horas depois, decolavam de Israel quatro aviões de transporte militar C-130, instruídos de início a voar a apenas 100 metros de altitude, para não serem detectados por radares egípcios e sauditas.
Aterrissaram em Entebbe, depois de um vôo de 4.000 km. De um dos aviões saiu um Mercedes negro e dois jipes, que simulariam o cortejo em que supostamente Idi Amin Dada, o sanguinário ditador ugandense, iria inspecionar o local.
Em 20 minutos haviam sido mortos os seqüestradores e uma dezena de policiais e militares de Uganda. Os reféns eram apressadamente transferidos aos aviões.
Entre os quatro israelenses mortos estava o comandante da operação, coronel Yoni Netanyahu, irmão de Binyamin Netanyahu, que se tornaria primeiro-ministro de Israel e hoje é o líder do Likud, oposição de direita.
Permaneceu em Uganda uma israelense, internada num hospital de Campala, assassinada sob ordens de Idi Amin, internacionalmente desmoralizado pelo enorme vexame que sofreu nos três anos em que permaneceria ainda no poder.


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