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Foco
Israel lembra 30 anos da operação que libertou 98
em aeroporto de Uganda
DA REDAÇÃO
A Knesset, Parlamento israelense, organizou ontem
uma cerimônia em homenagem aos quatro militares
mortos há 30 anos, durante o
resgate de 98 reféns judeus
ou cidadãos israelenses no
aeroporto africano de Entebbe, em Uganda.
Entebbe, por seu caráter
espetacular e pela precisão
com que foi executada (ela
durou apenas 99 minutos),
foi a mais bem-sucedida
operação do gênero na recente história militar.
Os reféns -de início 245
passageiros e 12 tripulantes
de um Airbus da Air France,
mas ao fim apenas 98, todos
judeus- voavam de Atenas a
Paris, num vôo iniciado no
aeroporto de Tel Aviv.
O avião foi seqüestrado
por dois terroristas da FPLP
(Frente Popular de Libertação da Palestina) e dois outros do grupo alemão Baader-Meinhof, maoístas partidários da guerrilha urbana.
Foi no domingo, 29 de junho de 1976. O grupo forçou
a tripulação a aterrissar na
Líbia, onde o aparelho foi
reabastecido e decolou rumo
a Entebbe, aeroporto de
Campala, capital ugandense,
onde chegou nas primeiras
horas da madrugada do dia
30. Os reféns foram amontoados num antigo terminal
de passageiros desativado.
Os terroristas anunciaram
que começariam a matá-los
se Israel, França, Alemanha
e Suíça não libertassem 53
extremistas que mantinham
em suas prisões. As execuções começariam às 14h de
quinta-feira, dia 1º de julho.
O então primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, para ganhar tempo,
anunciou aceitar as condições. E determinou que a Sayeret Matkal, comando especial de seu Exército, se
preparasse para o resgate.
Os terroristas libertaram
47 passageiros não-judeus,
encaminhados a Paris, onde
agentes do Mossad, o serviço
israelense de inteligência,
deles obtiveram um mapa do
terminal do aeroporto e a informação de que a polícia
ugandense simpatizava e era
cúmplice do comando palestino e alemão.
No sábado, dia 3 de julho, o
gabinete israelense, em sessão secreta, deu sinal verde à
operação. Horas depois, decolavam de Israel quatro
aviões de transporte militar
C-130, instruídos de início a
voar a apenas 100 metros de
altitude, para não serem detectados por radares egípcios e sauditas.
Aterrissaram em Entebbe,
depois de um vôo de 4.000
km. De um dos aviões saiu
um Mercedes negro e dois jipes, que simulariam o cortejo em que supostamente Idi
Amin Dada, o sanguinário
ditador ugandense, iria inspecionar o local.
Em 20 minutos haviam sido mortos os seqüestradores
e uma dezena de policiais e
militares de Uganda. Os reféns eram apressadamente
transferidos aos aviões.
Entre os quatro israelenses mortos estava o comandante da operação, coronel
Yoni Netanyahu, irmão de
Binyamin Netanyahu, que se
tornaria primeiro-ministro
de Israel e hoje é o líder do
Likud, oposição de direita.
Permaneceu em Uganda
uma israelense, internada
num hospital de Campala,
assassinada sob ordens de
Idi Amin, internacionalmente desmoralizado pelo
enorme vexame que sofreu
nos três anos em que permaneceria ainda no poder.
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