UOL


São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÁFRICA

198 soldados nigerianos são recebidos com festa pela população; missão, apoiada pelos EUA, terá 3.250 militares africanos

Força de paz internacional chega à Libéria

Ben Curtis/Associated Press
Liberianos carregam militar nigeriano da força de paz internacional, no aeroporto de Monróvia


DA REUTERS

Soldados de manutenção da paz da Ecowas (Comunidade Econômica dos Países do Oeste Africano) chegaram ontem a Monróvia, capital da Libéria, enquanto centenas de moradores da cidade cantavam e dançavam nas ruas, esperando que a chegada da força de paz internacional possa pôr fim a 14 anos de guerra civil.
Até o fim do dia, 198 soldados nigerianos desembarcaram sob chuva no aeroporto da capital e foram recebidos por centenas de liberianos. Estes gritavam: "Chega de guerra! Queremos paz!".
Em Roma, Sekou Conneh, o líder do principal grupo rebelde da Libéria, o Lurd (Liberianos Unidos por Reconciliação e Democracia), que controla o porto da capital, disse que seus homens recuariam à medida que os soldados nigerianos avançassem.
Ele também voltou a exigir que o presidente Charles Taylor deixasse o país "o mais rápido possível". Taylor prometeu deixar seu posto em 11 de agosto.
Os soldados nigerianos estavam antes em Serra Leoa, onde ajudaram a pôr fim a uma guerra civil que já durava uma década. Eles atravessaram a pista do aeroporto sob aplausos, e um coronel foi carregado pela multidão.
Trata-se dos primeiros soldados de uma força de 3.250 militares, que deverá chegar à Libéria nas próximas três semanas. Os EUA, que já têm navios de guerra na costa liberiana (para "monitorar a situação"), também poderão enviar militares ao território liberiano, mas seu envio ainda não foi definido. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que os EUA estão "muito animados" com a chegada da força africana.
O desembarque dos militares deu esperança à população liberiana porque deverá permitir a chegada de ajuda humanitária ao país. "Se eles ficarem pelo menos 50 anos aqui, não teremos mais problemas. Só quero poder dormir tranquilo. Não haverá reações dúbias, todos os liberianos querem a paz", afirmou Kerdal Johnson, que trabalha no aeroporto.
Forças fiéis a Taylor e seus inimigos rebeldes também respeitaram a chegada dos soldados de manutenção da paz, parando de trocar tiros, e Monróvia viveu uma das manhãs mais calmas das últimas duas semanas.
"Estamos felizes com a chegada deles. Assim, a guerra poderá chegar ao fim. Os liberianos estão cansados da guerra", disse o general Benjamin Yeaten. Desde junho, os combates mataram cerca de 2.000 pessoas. A Libéria foi fundada, no século 19, por escravos americanos libertos.


Texto Anterior: Mulher de premiê vira hit dançante
Próximo Texto: Religião: Gay candidato a bispo é acusado de má conduta sexual
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.