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CORÉIAS
Chung era acusado de subornar Pyongyang para participar de cúpula com Seul
Executivo da Hyundai se suicida
DA REDAÇÃO
Chung Mong-hun, filho do fundador do conglomerado industrial sul-coreano Hyundai, se suicidou na madrugada de ontem. O
executivo presidia a Hyundai
Asan Co., braço da marca para
negócios bilaterais com Pyongyang, e era investigado pelo suposto pagamento de propina ao
governo norte-coreano para que
o país participasse de uma cúpula
de reconciliação com Seul. O encontro, em 2000, rendeu ao então
presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, o Nobel da Paz.
Segundo a polícia, Chung, 54,
saltou da janela de seu escritório,
no 12º andar de um prédio no
centro de Seul. O executivo era o
quinto dos oito filhos do fundador da Hyundai, Chung Ju-yung,
e o segundo a se matar.
"Desculpem-me por ser um homem estúpido e fazer algo tão estúpido", escreveu em um dos vários bilhetes que deixou em seu
escritório. Em outro, ele pediu
que os negócios da empresa com
a Coréia do Norte -como os investimentos em um resort e em
um parque temático- fossem levados adiante.
Suborno
"Ele [Chung] pede desculpas ao
povo coreano pelas alegações relacionadas aos pagamentos feitos
pela empresa à Coréia do Norte",
disse a Hyundai em nota oficial.
As acusações envolvem a transferência secreta de US$ 500 milhões à Coréia do Norte -incluindo US$ 100 milhões em fundos do governo- antes da cúpula
de 2000. Segundo a Hyundai e
Seul, US$ 400 milhões foram pagos pelo direito de monopólio nos
investimentos em turismo na Coréia do Norte. Mas um pagamento de US$ 100 milhões às vésperas
da cúpula não foi justificado.
Nas últimas duas semanas,
Chung fora interrogado três vezes. A Promotoria negou a responsabilidade pelo suicídio e afirmou que as investigações -outras sete pessoas foram indiciadas- prosseguirão. "Conduzimos o interrogatório do sr. Chung
por meio do diálogo em uma atmosfera favorável, e ele cooperou", disse o comunicado oficial.
Em nota, o presidente Roh
Moo-hyun disse que continuará a
"fazer o máximo para avançar
nos atuais projetos de negócios
entre as Coréias sem interrupções". Já o premiê Goh Kun afirmou que o suicídio de Chung era
"chocante e lamentável".
A morte do executivo levou as
ações da empresa a despencarem
na Bolsa de Valores de Seul. A
Hyundai era o maior conglomerado industrial do país até afundar em dívidas com a crise financeira de 1997, quando o governo a
obrigou a se cindir. Enquanto
seus irmãos receberam o controle
da montadora e do estaleiro, os
principais negócios da marca,
Chung Mong-hun ficou com os
que davam prejuízo.
Com agências internacionais
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