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ONU dá razão a Israel em confronto
Segundo organismo, Exército israelense não invadiu território do Líbano, como afirmam as forças libanesas
Mais grave incidente entre os países desde 2006 foi motivado por poda de árvores em encrave na fronteira
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
A ONU confirmou a versão
de Israel no confronto de anteontem na fronteira com o
Líbano, que deixou cinco
mortos. Segundo o comando
das forças de paz do organismo, o Exército de Israel não
invadiu o território inimigo,
conforme afirmaram os militares libaneses para justificar
os disparos feitos.
O mais grave incidente entre os dois países desde a
guerra entre Israel e o grupo
xiita Hizbollah, em 2006, foi
iniciado quando o Exército
de Israel podava árvores na
fronteira, e soldados libaneses abriram fogo, matando
um oficial israelense. Israel
respondeu com artilharia pesada, destruindo casas e deixando quatro mortos -três
soldados e um jornalista.
Em entrevista coletiva ontem em Nova York, o chefe
das operações de paz da
ONU, Alain le Roy, disse que
as árvores estavam no lado
israelense da fronteira.
As árvores da discórdia estavam num encrave situado
entre a Linha Azul, a fronteira demarcada pela ONU entre Israel e o Líbano, e a "cerca técnica" que separa fisicamente os dois países.
Desde que Israel se retirou
do sul do Líbano, em 2000,
Beirute considera parte deste
encrave seu território.
"O Líbano sempre expressou respeito pela Linha Azul,
mas sempre afirmou que ela
não é a fronteira internacional, e que há áreas ao sul da
Linha Azul que são território
libanês", disse o ministro da
Informação, Tareq Mitri.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, acusou o
Exército libanês de disparar
sem qualquer motivo.
"Foi uma grave provocação, e nós reagimos de forma
contida e imediata", disse
Barak. Ele avaliou o incidente como isolado, e não como
um ataque planejado pelo
comando do Exército libanês
ou do Hizbollah.
A declaração de Barak, o
mesmo que ordenou o fim da
ocupação militar israelense
no sul do Líbano quando era
premiê, em 2000, parece ter
tido o objetivo de evitar uma
escalada na fronteira.
O mesmo objetivo é compartilhado pelo Hizbollah,
diz o analista Peter Harling,
do International Crisis
Group. "O Hizbollah não
quer uma escalada de tensão, pois sabe que as consequências de um confronto direto com Israel seriam devastadoras."
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