São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Mortos na Síria são 250 em cinco dias, dizem ativistas

Forças de segurança teriam matado 100 pessoas desde a última quarta-feira

Em meio a massacre, ditador promulga texto autorizando criação de partidos; EUA elevam sanções contra o país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças de segurança sírias teriam matado mais cem pessoas na cidade rebelde de Hama nos últimos dois dias, segundo o "New York Times", que ouviu ativistas de direitos humanos na região.
Com a nova contagem, o número de mortos na cidade desde o massacre de domingo poderia ultrapassar os 250.
Muitos estariam sendo enterrados em parques públicos, de acordo com os Comitês de Coordenação Local, organização dos rebeldes.
O anúncio de mais mortes se deu no dia em que o ditador Bashar Assad promulgou um decreto autorizando o multipartidarismo, uma das principais reivindicações dos opositores. O texto estabelece as condições de criação e funcionamento de formações políticas, que existirão à sombra do Baath, de Assad.
Pelo decreto, os novos partidos não poderão ter por base princípios religiosos ou núcleos tribais nem ter ligações com organizações estrangeiras. Também não deverão ter braços militares e precisam dispor de "objetivos definidos" e "fontes de financiamento claras".
Para o chanceler francês, Alain Juppé, o texto de autorização do multipartidarismo é uma "quase provocação" diante da contínua repressão. Já Washington afirmou que Assad conduz a Síria por "um caminho perigoso".
Ontem, o presidente da Rússia, país aliado à Síria, Dmitri Medvedev, fez um novo apelo ao ditador pela implementação de reformas.

SANÇÕES
O Tesouro americano anunciou ter incluído o empresário e congressista ligado a Assad Muhammad Hamsho e a sua empresa, Hamsho International Group, na lista das sanções, que já tem mais de 20 nomes.
A medida, contudo, não atende ao apelo de senadores americanos que exigem restrições contra o setor de gás e petróleo da Síria.
Representantes da União Europeia também concordaram em ampliar sanções, mas sem incluir os setores petrolífero e bancário do país.
Ontem, quatro organizações humanitárias, entre elas a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, enviaram cartas às chancelarias de Brasil, Índia e África do Sul pedindo que pressionem Assad para pôr fim ao "uso letal da violência".
Em uma conferência telefônica em Washington, o pesquisador do centro de estudos Council on Foreign Affairs Elliot Abrams criticou a reticência do Brasil em aprovar uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança. "A falha de novas democracias como o Brasil em avançar em questões como essa é muito decepcionante", disse.

Colaborou LUCIANA COELHO, de Washington


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