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ORIENTE MÉDIO
Pela primeira vez, premiê de Israel diz acreditar na possibilidade de romper impasse no diálogo com palestinos
Sharon vê chance de avanço diplomático
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, disse pela primeira vez ontem que acredita num avanço diplomático capaz de quebrar o impasse nas negociações com os palestinos para pôr fim à violência que há dois anos abala a região.
"Agora, pela primeira vez, vejo a possibilidade de romper o impasse para um acordo político. Não será algo simples nem fácil, mas
existe a possibilidade", declarou
ao Canal 2 da TV israelense.
Indagado sobre os eventuais
parceiros palestinos nessas negociações -o premiê se nega a falar
com o presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, a quem acusa de patrocinar o terrorismo-, Sharon respondeu: "Com palestinos que
chegaram à conclusão de que não
conquistarão nada com o terror".
As declarações foram feitas dois
dias depois de o novo ministro do
Interior palestino, Abdel Razzak
al Yahya, ter convocado os militantes a adotar uma resistência
pacífica contra a ocupação, reconhecendo que a violência não
trouxe benefícios à causa palestina. Seu chamado foi rejeitado por
grupos extremistas islâmicos como Hamas e Jihad Islâmico.
Altos funcionários da ANP
questionaram as intenções de
Sharon. "A parte israelense não é
séria e o seu discurso político não
vai na direção da paz", disse Nabil
Abu Rudeina, conselheiro de Arafat. "Israel deve se retirar totalmente [dos territórios palestinos
reocupados" e parar as agressões
antes da volta às negociações."
O diário israelense "Yediot Ahronot" afirmou ontem que Sharon aceitou se reunir "nos próximos dias" com um importante integrante do governo palestino.
Al Yahya seria um forte candidato. Ele é responsável pelos serviços de segurança e tem sido
uma voz moderada no interior da
ANP.
Al Yahya foi recentemente recebido em Washington por altos funcionários do governo Bush, que, assim como Israel, tem interesse em fortalecer novas lideranças capazes de substituir Arafat e negociar um cessar-fogo.
Parentes expulsos
Israel expulsou ontem da Cisjordânia para a faixa de Gaza dois
irmãos de um terrorista acusado
de tramar atentado suicida que
matou cinco pessoas em Tel Aviv.
A medida, criticada pelos EUA e
por grupos defensores dos direitos humanos, foi tomada após autorização, anteontem, da Suprema Corte.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, atacou a deportação, em
um comunicado lido por seu porta-voz. "Embora o secretário-geral venha condenando os atentados suicidas e sustentando o direito de autodefesa de Israel , ele deseja destacar que a autodefesa
não pode justificar medidas que
representem punição coletiva."
Segundo Israel, Kifah e Intisar
Ajouri foram deportados não só
por seu parentesco com o terrorista, mas por tê-lo ajudado a se
esconder e a transportar explosivos. Os dois irmãos foram vendados e levados a uma região rural
perto do assentamento judaico de
Netzarim. Os soldados deram
água e cerca de US$ 200 a cada um
deles e os deixaram.
A operação foi feita de forma sigilosa para evitar chamar a atenção da imprensa, que se concentrava na região de controle fronteiriço de Erez à espera da chegada dos deportados.
Segundo a rádio Israel, os policiais palestinos em Erez haviam
recebido ordens da ANP para não
permitir a entrada deles, o que
deixaria as tropas israelenses em
situação embaraçosa.
Líbia
Sharon afirmou ontem que a Líbia pode ser o primeiro país árabe a adquirir armas de destruição em massa -possivelmente armas nucleares. Segundo ele, Coréia do
Norte, Iraque e talvez o Paquistão têm ajudado o ditador Muammar
Gaddafi nesses esforços.
Com agências internacionais
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