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Assessor diz que América Latina não será prioridade de republicano
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A ST. PAUL
A América Latina não é e não
será uma região prioritária para a Casa Branca, disse ontem
Otto Reich, consultor do candidato republicano John McCain
para a região.
"Coloque-se no Salão Oval [e
diga]: "Presidente, precisamos
de uma ação em massa sobre a
economia da América Latina."
Ele vai olhar e dizer [com espanto]: OK. E Ahmadinejad
[presidente do Irã]?", disse, em
entrevista na sede da Convenção Republicana.
Questionado, então, se um
possível governo McCain seria
"mais do mesmo" para a região,
Reich respondeu que será "melhor do mesmo", com estreitamento de parcerias comerciais.
"Mas devo ser franco. Eu não
gosto da campanha de Obama
prometendo tantas coisas. Não
usem essas palavras, mas não
haverá um Plano Marshall",
disse, referindo-se ao programa de recuperação de países
europeus no pós-guerra.
Reich -que, de forte linha
anticomunista, atuou no governo Ronald Reagan e foi subsecretário de Estado no governo
George W. Bush- disse, contudo, que há preocupação com
"países que dizem que os Estados Unidos são o mal" e citou os
presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e
Daniel Ortega (Nicarágua) como os "inimigos" na região.
Quanto à transição de poder
em Cuba, de Fidel Castro para o
irmão Raúl, disse: "Só mudou o
primeiro nome do ditador".
Sobre o Brasil, declarou que
"o fato de um governo ser de esquerda não é um problema,
desde que ele seja favorável à
democracia".
"[Nas eleições de 2002], me
pediam para interferir e não
deixar Lula se tornar presidente. Eu respondia: desculpe, mas
eu não voto lá." Quem pedia?
"Alguns brasileiros, americanos e latino-americanos. É o
que eu posso dizer."
Melhor que Obama
Reich disse também que, para a região, será pior se o democrata Barack Obama foi eleito.
"Nós somos favoráveis a abrir
mercados. Eles sempre foram
contra. Obama é pressionado
pelos sindicatos."
Após um repórter indagar se
a vice de McCain, Sarah Palin,
conseguiria localizar os países
da América Latina no mapa,
Reich disse: "Certamente melhor do que Obama. Mas veja,
ela está concorrendo a vice-presidente. Eu acharia grave se
um presidente não soubesse".
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