São Paulo, sábado, 05 de setembro de 2009 |
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Uribe não é igual a Chávez, afirma vice
Francisco Santos diz que referendo para permitir 3º mandato não equipara presidentes, já que na Colômbia há respeito às instituições
LUCIANA COELHO DE GENEBRA O colombiano Álvaro Uribe e o venezuelano Hugo Chávez podem muitas vezes soar iguais, populares e autoconclamados líderes de um "processo transformador" que os torna necessários no poder por mais tempo do que prevê a lei. Bogotá admite. Mas estrila ante a sugestão de que a semelhança entre ambos exceda as palavras. "Isso é desconhecer as instituições da Colômbia. Mostrá-los à mesma luz é fácil, mas simplista", diz Francisco Santos, vice de Uribe, em Genebra para preparar reunião em Cartagena sobre o acordo de minas terrestres, em novembro. Estirado no sofá da missão colombiana e sem sapatos após dois dias de atividade intensa, Santos falou à Folha sobre as bases militares que os EUA usarão em seu país, alvo de dúvida dos vizinhos, e a segunda reeleição de Uribe, a ser autorizada por um referendo recém-aprovado pelo Congresso e previsto pelo vice para fevereiro. Leia os principais trechos:
FOLHA - Como o sr. vê as divergências na última cúpula da Unasul
[União de Nações Sul-Americanas]
quanto às bases?
FOLHA - Essa aliança vai ser bastante ampliada, não?
FOLHA - Por que sete bases?
FOLHA - O Brasil cita preocupações
quanto à Amazônia. A região concentra focos das Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia].
Como será a operação ali?
FOLHA - E o que foi dito sobre sobrevoos americanos?
FOLHA - O sr. fala em desconhecimento do acordo pelos demais. É difícil explicá-lo?
FOLHA - E com a Venezuela, vai haver plano de cooperação?
FOLHA - E o Equador [onde a Colômbia atacou um acampamento
das Farc em 2008, estopim de uma
crise regional]?
FOLHA - Quando o acordo entrará
em vigor?
FOLHA - Por que um novo mandato para o presidente Uribe?
FOLHA - O trâmite tem de ser rápido. A data para se dizer candidato é
30 de novembro.
FOLHA - E a data vai mudar?
FOLHA - O sr. já citou a abstenção.
Se o referendo coincidir com a eleição legislativa, em março, acaba o
problema...
FOLHA - Não é ruim não haver alternância no poder?
FOLHA - O sr. não vê semelhança
com a situação na Venezuela? O presidente Hugo Chávez também diz
que faz um bom trabalho e tem
apoio popular.
FOLHA - As instituições são diferentes, mas no fim das contas os argumentos soam iguais.
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