|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Taleban americano" é condenado a 20 anos por lutar contra os EUA
DA REDAÇÃO
Um juiz americano condenou
ontem John Walker Lindh, o
americano capturado por forças
dos EUA durante a guerra no Afeganistão, a 20 anos de prisão por
combater ao lado do grupo extremista islâmico Taleban.
Antes do anúncio da sentença,
Lindh pediu desculpas por seus
atos, disse ao tribunal em Alexandria (Virgínia) que se arrependia
de ter se unido ao Taleban e afirmou que sua intenção nunca havia sido lutar contra os EUA.
"Você fez uma escolha ruim ao
se unir ao Taleban e se engajar no
esforço [no Afeganistão"", disse o
juiz T.S. Ellis ao ler a sentença.
Vestido com um macacão verde
da prisão, Lindh leu por 15 minutos, chorando, uma declaração
em que se desculpava por seus
atos. Ele interrompeu a leitura diversas vezes, soluçando.
Sob um acordo firmado em julho, Lindh, 21, foi poupado de
uma possível pena de prisão perpétua e todas as acusações de terrorismo contra ele foram derrubadas. Em troca, ele se declarou
culpado de ajudar o Taleban e de
carregar explosivos.
O Taleban governou o Afeganistão por mais de cinco anos antes de ser derrubado no ano passado, durante a ofensiva dos EUA.
Lindh sofrera originalmente dez
acusações de conspirar para matar americanos e conspirar com o
Taleban e com a Al Qaeda.
"Fui ao Afeganistão porque
acreditava que fosse meu dever
religioso ajudar meus companheiros muçulmanos em sua
guerra santa", disse Lindh, que se
converteu ao islã quando era adolescente. "Nunca entendi a guerra
santa como sinônimo de antiamericanismo ou terrorismo. Condeno o terrorismo em todos os níveis, inequivocamente."
Lindh, que ficou conhecido como o "taleban americano", foi
capturado no Afeganistão no fim
de novembro junto com combatentes do Taleban. Ele foi entregue ao Exército americano em 1º
de dezembro.
"Entendo por que tantos americanos ficaram bravos quando eu
fui descoberto no Afeganistão",
disse Lindh. "Eu entendo que
muitos ainda estejam. Mas espero
que, com tempo e compreensão,
esses sentimentos mudem."
Com a voz entrecortada por soluços, Lindh disse: "Cometi um
erro ao me unir ao Taleban. Quero que a população americana saiba que, se eu soubesse na época o
que sei hoje sobre o Taleban, eu
jamais teria me unido a eles".
Ellis disse que recomendaria, a
pedido dos advogados de defesa,
que Lindh fosse ordenado a cumprir sua pena em uma prisão perto de sua família, na Califórnia.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Guerra sem limites: EUA prendem quatro sob acusação de terror Próximo Texto: "Homem do sapato-bomba" se diz culpado de tentar explodir avião Índice
|