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MÍDIA
"Libération" pede concordata em meio a disputas internas
DA REDAÇÃO
O matutino francês "Libération" pediu concordata e
terá seis meses para provar
aos credores sua viabilidade
empresarial. A decisão foi tomada ontem pelo Tribunal
do Comércio de Paris, a pedido da direção do jornal.
Com prejuízos operacionais de 20 milhões (R$
55,2 milhões) em 2005 e de
6 milhões no primeiro semestre deste ano, o "Libé"
enfrenta um conflito interno
entre a Sociedade dos Redatores e o principal acionista,
Edouard de Rothschild, que
desde novembro de 2004 detém 38% do capital.
Foi em razão do conflito
que em junho deste ano o então presidente e ex-diretor
de redação, Serge July, foi
pressionado a se afastar.
Com uma circulação diária
de 140 mil exemplares, o jornal foi fundado em fevereiro
de 1973 e funcionou até maio
do ano seguinte sob a direção
do grande filósofo e dramaturgo Jean-Paul Sartre.
O título "Libération" evocava um dos jornais clandestinos, publicado pela Resistência francesa durante a
ocupação da França pela Alemanha nazista (1940-1944).
Próximo dos partidos radicais da esquerda, o "Libé" se
tornou, com o tempo, o porta-voz das minorias e da cultura alternativa.
Na condição de concordatário, o "Libé" deixa de pagar
seus credores (é a lei francesa) e se compromete a demonstrar à Justiça que é capaz de gerar lucro para quitar
suas dívidas, de montante
ontem não revelado.
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