São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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MÍDIA

"Libération" pede concordata em meio a disputas internas

DA REDAÇÃO

O matutino francês "Libération" pediu concordata e terá seis meses para provar aos credores sua viabilidade empresarial. A decisão foi tomada ontem pelo Tribunal do Comércio de Paris, a pedido da direção do jornal.
Com prejuízos operacionais de 20 milhões (R$ 55,2 milhões) em 2005 e de 6 milhões no primeiro semestre deste ano, o "Libé" enfrenta um conflito interno entre a Sociedade dos Redatores e o principal acionista, Edouard de Rothschild, que desde novembro de 2004 detém 38% do capital.
Foi em razão do conflito que em junho deste ano o então presidente e ex-diretor de redação, Serge July, foi pressionado a se afastar.
Com uma circulação diária de 140 mil exemplares, o jornal foi fundado em fevereiro de 1973 e funcionou até maio do ano seguinte sob a direção do grande filósofo e dramaturgo Jean-Paul Sartre.
O título "Libération" evocava um dos jornais clandestinos, publicado pela Resistência francesa durante a ocupação da França pela Alemanha nazista (1940-1944).
Próximo dos partidos radicais da esquerda, o "Libé" se tornou, com o tempo, o porta-voz das minorias e da cultura alternativa.
Na condição de concordatário, o "Libé" deixa de pagar seus credores (é a lei francesa) e se compromete a demonstrar à Justiça que é capaz de gerar lucro para quitar suas dívidas, de montante ontem não revelado.


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