São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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No longo prazo, maiores avanços são de China, Coreia e Irlanda

DA SUCURSAL DO RIO

Flutuações de um ano para o outro no IDH podem dizer pouco sobre o avanço dos países, já que os dados são constantemente revisados pelo Pnud. No entanto, um olhar de mais longo prazo permite identificar as nações que mais se destacaram pelos avanços contínuos, casos de China, Coreia do Sul e Irlanda.
Considerando apenas os 115 países para os quais há dados desde 1990, a China foi o país que mais posições cresceu no ranking, passando da 81ª posição para a 63ª. O destaque no caso chinês é o forte crescimento do PIB per capita, mas o país também conseguiu consideráveis avanços na educação.
Em 1990, a taxa de analfabetismo adulto no país era de 27%, percentual maior que os 19% registrados para o Brasil naquele ano. Dezessete anos depois, a China conseguiu reduzir sua taxa para 7%, enquanto o Brasil parou em 10%.
Coreia do Sul e Irlanda, dois países considerados exemplares pelo investimento em educação, também registraram avanços significativos.
No caso coreano, o país pulou da 40ª posição para a 23ª. Além do investimento em ensino, os avanços em termos de expectativa de vida e PIB per capita foram expressivos.
Em 1990, o país tinha uma expectativa de vida semelhante a da Venezuela (70 anos) e um PIB per capita 4% superior ao do país sul-americano.
Desde então, os asiáticos obtiveram um ganho de nove anos na expectativa de vida (ante 3,6 dos venezuelanos) e seu PIB passou a ser o dobro.
A Irlanda, por sua vez, saiu da 20ª posição para a 5ª. Em 1990, ela ainda estava atrás da Itália, especialmente porque seu PIB per capita era 45% menor do que o italiano.
Após 17 anos, a Irlanda já aparece com um PIB per capita de US$ 45 mil, 47% maior do que os US$ 30 mil registrados na Itália, numa comparação que leva em conta o poder de compra da moeda em cada país.

Brasil acima da média
Nessa comparação de longo prazo, o Brasil também conseguiu avançar mais do que a média dos países, ganhando sete posições (de 59º para 52º, considerando apenas 115 nações).
Entre os países que mais perderam posições, estão África do Sul, Rússia, Zâmbia, Tadjiquistão e Moldova.
No caso da Rússia, Moldova e Tadjiquistão, a principal explicação foi o colapso financeiro após o fim dos regimes comunistas, o que acabou afetando também a expectativa de vida.
Já nos dois países africanos dessa lista negativa, a queda deve-se principalmente à epidemia de HIV, que reduziu bruscamente a expectativa de vida. Nos dois casos, a queda de 1990 para 2007 nesse indicador foi de dez anos: 62 anos para 52 anos no caso sul-africano, e de 55 para 45 no da Zâmbia.
(AG)


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