São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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Ataque mata 8 americanos no Afeganistão

Violência crescente deve influenciar decisão de presidente americano quanto ao envio de mais tropas

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

As forças americanas no Afeganistão sofreram no sábado o ataque mais violento desde julho do ano passado. Oito americanos e dois soldados afegãos foram mortos durante um ataque a postos avançados perto da fronteira com o Paquistão, na Província de Nuristan.
As mortes ocorreram no momento em que os americanos estudam abandonar esses postos avançados e se concentrar em áreas mais populosas, seguindo a estratégia anunciada pelo general Stanley McChrystal, comandante das forças americanas e da Otan, a aliança militar ocidental, na região. Segundo o porta-voz das forças aliadas no Afeganistão, coronel Wayne Shanks, os ataques não vão alterar os planos.
Os americanos têm sofrido baixas no lado leste, onde tentam controlar a passagem pelas montanhas usadas pelo Taleban como rotas para o Paquistão. Em julho do ano passado, nove americanos morreram em conflito em uma Província próxima a Nuristan.
A violência crescente no conflito deverá ser levada em conta pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que deve decidir se envia ou não mais tropas ao país. O ataque começou na manhã de sábado, quando os postos foram sitiados por insurgentes munidos de revólveres, granadas e rifles.
Durante a operação, policiais afegãos foram capturados. Os americanos atribuíram a autoria do ataque a uma milícia tribal, mas o governador da Província, Jamaluddin Baddar, disse que um comandante do Taleban chamado Dost Muhammed liderou a ofensiva.
O porta-voz do Taleban, Zabiullah Mujahed, disse que sete combatentes do grupo foram mortos. Em outro ataque no sábado, um soldado americano morreu por conta de ferimentos após ser atingido por uma bomba no leste do país.

Fraude nas eleições
O adversário do presidente Hamid Karzai nas eleições de agosto (em fase de recontagem de votos), Abdullah Abdullah, acusou a ONU de favorecer o presidente no pleito.
Em texto publicado no "Washington Post", o diplomata Peter Galbraith, que até semana passada era o número dois da missão da ONU no país, diz ter sido orientado a não compartilhar informações sobre fraudes detectadas no pleito. Ele foi demitido sob a alegação de "choque de personalidade" com seu superior, o diplomata Kai Eide.
Ele diz que cerca de 30% dos votos de Karzai foram fraudados e que em províncias como Candahar foram contados de 4 a 10 vezes o número de votos nas urnas. Uma comissão está auditando parte dos votos suspeitos, e o resultado pode ser divulgado nesta semana.


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