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Israel discute voltar a congelar colônias
Informação do "Haaretz" é divulgada no mesmo dia em que mesquita é incendiada, supostamente por colonos
Jornal diz que premiê
pode tratar de tema com
ministros hoje; EUA
teriam feito oferta em
troca de nova moratória
DE SÃO PAULO
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, estaria considerando uma extensão da
moratória de construção em
assentamentos na Cisjordânia por mais 60 dias num esforço para manter vivas as recém-iniciadas negociações
de paz com os palestinos.
A informação foi divulgada ontem pelo "Haaretz",
que afirma que o premiê deve
discutir o tema hoje com seus
principais ministros.
O jornal israelense diz que,
caso consiga convencer o
chamado Fórum dos Sete
-que inclui os ministros de
Relações Exteriores e o da
Defesa-, ele levaria o assunto para votação ainda hoje.
A prorrogação da moratória seria feita em troca de
uma série de garantias de segurança que teriam sido ofertadas pelos EUA a Israel.
Washington negou que tenha feito oferta, mas a imprensa dos dois países diz
que elas incluiriam de equipamentos militares a apoio a
uma presença de longo prazo
das forças israelenses no estratégico vale do Jordão.
Ontem, antes de reunião
semanal com seu gabinete,
Netanyahu disse estar "imerso em um processo de delicadas negociações com o governo americano".
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA,
P.J. Crowley, não quis comentar a afirmação.
O avanço das colônias na
Cisjordânia -onde vivem
300 mil judeus em meio a 2,5
milhões de palestinos- é o
principal obstáculo para as
negociações de paz, retomadas por intermédio dos EUA
em 2 de setembro, após mais
de 20 meses de paralisação.
Os palestinos já ameaçaram deixar as conversas se as
obras não forem totalmente
paralisadas, e Washington
vem tentando pressionar Israel para reconsiderar o caso.
Na semana passada, o governo israelense se recusou a
estender a moratória de 10
meses, encerrada no dia 26.
Desde então, o enviado especial da Casa Branca, George Mitchell, tem viajado pela
região para tentar um compromisso entre as partes.
Ontem, o secretário-geral
da Liga Árabe, Amro Musa,
disse no Cairo, após se reunir
com o presidente palestino,
Mahmoud Abbas, que o processo de paz entrou em "uma
etapa muito crítica".
TENSÃO
Em meio às tentativas de
salvar as negociações, uma
mesquita em Beit Fajjar, próximo a Hebron, foi incendiada ontem e teve a palavra
"vingança" pichada em uma
parede interna. Exemplares
do Alcorão foram carbonizados, mas o incêndio foi rapidamente controlado.
Ninguém assumiu responsabilidade pela ação, mas
palestinos disseram suspeitar de colonos judeus radicais, que frequentemente danificam imóveis palestinos
para assustá-los ou protestar
contra a paralisação das
construções.
Trata-se da terceira mesquita incendiada em um ano
na Cisjordânia.
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