São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Israel discute voltar a congelar colônias

Informação do "Haaretz" é divulgada no mesmo dia em que mesquita é incendiada, supostamente por colonos

Jornal diz que premiê pode tratar de tema com ministros hoje; EUA teriam feito oferta em troca de nova moratória

DE SÃO PAULO

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, estaria considerando uma extensão da moratória de construção em assentamentos na Cisjordânia por mais 60 dias num esforço para manter vivas as recém-iniciadas negociações de paz com os palestinos.
A informação foi divulgada ontem pelo "Haaretz", que afirma que o premiê deve discutir o tema hoje com seus principais ministros.
O jornal israelense diz que, caso consiga convencer o chamado Fórum dos Sete -que inclui os ministros de Relações Exteriores e o da Defesa-, ele levaria o assunto para votação ainda hoje.
A prorrogação da moratória seria feita em troca de uma série de garantias de segurança que teriam sido ofertadas pelos EUA a Israel.
Washington negou que tenha feito oferta, mas a imprensa dos dois países diz que elas incluiriam de equipamentos militares a apoio a uma presença de longo prazo das forças israelenses no estratégico vale do Jordão.
Ontem, antes de reunião semanal com seu gabinete, Netanyahu disse estar "imerso em um processo de delicadas negociações com o governo americano".
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, não quis comentar a afirmação.
O avanço das colônias na Cisjordânia -onde vivem 300 mil judeus em meio a 2,5 milhões de palestinos- é o principal obstáculo para as negociações de paz, retomadas por intermédio dos EUA em 2 de setembro, após mais de 20 meses de paralisação.
Os palestinos já ameaçaram deixar as conversas se as obras não forem totalmente paralisadas, e Washington vem tentando pressionar Israel para reconsiderar o caso.
Na semana passada, o governo israelense se recusou a estender a moratória de 10 meses, encerrada no dia 26.
Desde então, o enviado especial da Casa Branca, George Mitchell, tem viajado pela região para tentar um compromisso entre as partes.
Ontem, o secretário-geral da Liga Árabe, Amro Musa, disse no Cairo, após se reunir com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que o processo de paz entrou em "uma etapa muito crítica".

TENSÃO
Em meio às tentativas de salvar as negociações, uma mesquita em Beit Fajjar, próximo a Hebron, foi incendiada ontem e teve a palavra "vingança" pichada em uma parede interna. Exemplares do Alcorão foram carbonizados, mas o incêndio foi rapidamente controlado.
Ninguém assumiu responsabilidade pela ação, mas palestinos disseram suspeitar de colonos judeus radicais, que frequentemente danificam imóveis palestinos para assustá-los ou protestar contra a paralisação das construções.
Trata-se da terceira mesquita incendiada em um ano na Cisjordânia.


Texto Anterior: Cuba: Cuba diz a presos que oferece soltura se aceitarem asilo
Próximo Texto: "Sarkozy quer intimidar fontes da mídia"
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.