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Republicanos celebram Karl Rove, democratas põem culpa em Kerry
ELISABETH BUMILLER
DO "NEW YORK TIMES"
A poucas horas do fechamento
da campanha de reeleição do presidente George W. Bush, Karl Rove, seu principal conselheiro político, mantinha-se obcecado em
fazer com que os eleitores republicanos fossem às urnas.
Tarde da noite na segunda-feira, durante um comício em Albuquerque (Novo México), Rove
puxou do bolso folhas de papel
cheias de números que confirmavam que o seu exército estava integralmente em operação.
"Em Nevada, onde da última
vez tivemos 598 mil votos, nossa
organização fez 130 mil contatos."
Ele tinha números semelhantes
para Flórida, Pensilvânia e todos
os outros Estados indefinidos.
Na terça à noite, o trabalho de
Rove provou-se vitorioso. Segundo republicanos, o incansável trabalho de Rove em fazer com que
os republicanos comparecessem
às urnas, muitos deles cristãos
evangélicos, foi o fator decisivo.
Os republicanos também afirmam que Bush venceu por expandir o alcance do partido, de
modo parecido ao que Ronald
Reagan fez nos anos 80.
"Ele não se distanciou de nenhum elo da coalizão de centro-direita -contribuintes, proprietários, investidores, empresários,
pessoas que tiram os filhos das escolas e ensinam em casa, donos
de armas e todas as comunidades
de fé", disse Grover Norquist, presidente da organização Americanos para a Reforma dos Impostos.
Rove sustenta que a votação recorde de 59 milhões de votos
mostra que Bush não limitou seu
apelo somente à base republicana,
indo até pequenos empresários,
famílias preocupadas com "a vulgaridade da cultura" e pais e mães
apreensivos com o terrorismo.
Pesquisas no dia da eleição
mostraram que o número de eleitores que se disseram preocupados com valores morais foi maior
do que o daqueles que se disseram
alarmados com guerra, terrorismo, economia ou empregos.
Se Bush e Rove estavam determinados desde o primeiro instante a fazer com que todos os cristãos evangélicos fossem às urnas,
Kerry e sua equipe pareceram
despertar relativamente tarde na
campanha para o que as pesquisas por fim mostraram ser sua fraqueza com os eleitores, na questão sobre se os candidatos compartilhavam seus valores.
Enquanto Bush podia usar termos como "cultura da vida" e
"exército da compaixão" para
motivar os evangélicos, Kerry
descobriu-se em púlpitos pregando a separação de Igreja e Estado.
"Ele estava tendo imensa dificuldade para se comunicar. Ele
não é tão secular quanto a imagem que foi formada", disse Sam
Greenberg, um dos responsáveis
pelas pesquisas de opinião na
equipe de Kerry.
Em Boston, na manhã seguinte
à derrota, as duras avaliações começaram. Alguns assessores, que
pediram que seus nomes não fossem revelados, já estavam apontando o que chamavam de maiores erros estratégicos cometidos.
Eles citaram a falta de uma
mensagem clara e consistente até
o meio de setembro e sugeriram
que as constantes mudanças de
temas e ataques ao presidente de
alguma maneira corroboraram o
argumento de Bush de que Kerry
era muito indeciso e vacilante.
Muitos assessores disseram que
o erro mais óbvio de Kerry foi sua
demora em responder com vigor
aos anúncios de veteranos do
Vietnã que o acusaram de ser
mentiroso, traidor e covarde.
Alguns dos assessores de longa
data do senador afirmaram que,
no fim das contas, sua campanha
e seus caros consultores cometeram várias falhas, mas disseram
que a culpa cabia ao próprio candidato pelo monte de estrategistas, sem nenhum claramente no
comando -e cujo trabalho esteve freqüentemente defasado e fora de uma estratégia global. "A
campanha nunca foi tão boa
quanto o candidato. Mas isso
também é reflexo do candidato",
afirmou um velho amigo.
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