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Chávez ameaça proibir passeatas de oposicionistas
Presidente questionou debilidade do governo diante da violência em atos de estudantes que se opõem à reforma na Constituição
Venezuelano discursou para
milhares de apoiadores na abertura da campanha do "sim" no referendo que decidirá mudança na Carta
Carlos Garcia Rawlins/ Reuters
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Multidão de apoiadores ouve discurso de Chávez em passeata a favor da reforma constitucional |
DA REDAÇÃO
Acompanhado de dezenas de
milhares de apoiadores vestidos de vermelho, o presidente
venezuelano, Hugo Chávez,
lançou ontem, em discurso nas
ruas de Caracas, a campanha
pelo "sim" no referendo que
decidirá a implementação da
reforma constitucional proposta pelo governo e ameaçou negar autorização para que a oposição faça manifestações pelo
"não" alegando que elas promovem violência.
"Da próxima vez que eles
anunciarem estas marchas, nós
teremos de avaliar se daremos a
permissão", disse o presidente.
"Nós não vamos permitir que
eles encham as ruas da Venezuela de sangue", continuou.
Nas duas últimas semanas,
grêmios de estudantes universitários convocaram manifestações nas ruas de Caracas para
exigir que o Conselho Nacional
Eleitoral (CNE) adie a realização do referendo sobre a reforma constitucional, agendado
preliminarmente para o dia 2
de dezembro.
Nas duas maiores marchas,
houve confrontos com a polícia. Na última quinta-feira, os
estudantes provocaram os policiais. Citando o incidente, Chávez afirmou: "Esses meninos,
filhinhos de papai, vem com toda desfaçatez atacar a polícia,
atacar seres humanos, bens públicos, com cara à mostra. Vamos permitir outra vez?"
Os estudantes junto ao partido Um Novo Tempo argumentam que só com mais tempo antes do referendo a população
poderá avaliar as mudanças
propostas na Carta venezuelana -entre elas, está a reeleição
indefinida para presidente e redução da jornada de trabalho.
Outra ala da oposição, que inclui o Comando Nacional da
Resistência (CNR), considerado mais radical, prometeu em
ato anteontem impedir que a
consulta popular seja realizada.
"Andam tratando de incendiar o país, andam chamando
abertamente ao desconhecimento das instituições e das
leis, invocando um golpe militar", comentou Chávez.
Campanha do "sim"
A marcha de ontem, para a
qual os chavistas se concentraram desde o início da manhã,
foi o primeiro grande ato do governo -com a participação de
ministros e funcionários de estatais- para promover o "sim"
às 69 mudanças propostas na
atual Constituição.
"Estamos começando outra
batalha para obter outra grande vitória", disse Chávez.
Por determinação do presidente venezuelano, o referendo
trará dois blocos -ou se vota pela adoção de todas as medidas
de um bloco ou de nenhuma.
No primeiro, estarão os 33 artigos propostos pelo presidente,
acrescidos de modificações dos
deputados; o segundo trará
mais mudanças dos deputados.
Grande parte das modificações aumenta os poderes presidenciais. Se aprovadas, Chávez
controlará a política cambial,
poderá criar unidades territoriais por decreto e decidirá sobre promoções militares.
Com agências internacionais
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