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NACIONALIZAÇÕES
Cemex abre processo contra Venezuela por expropriação
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A cimenteira mexicana
Cemex anunciou ter iniciado
um processo de arbitragem
contra Caracas por causa da
expropriação de suas instalações na Venezuela.
A queixa está no Centro
Internacional para Arbitragem de Disputa sobre Investimento (Ciadi) desde 30 de
outubro, mas só foi divulgada ontem. A Cemex, a terceira maior do setor no mundo,
respondia por 50% da produção venezuelana de cimento.
Em agosto, a empresa foi
tomada por militares após
60 dias de negociações impostas pelo governo Hugo
Chávez, que teria oferecido
metade do US$ 1,3 bilhão
exigido pela cimenteira para
comprá-la. Outras duas multinacionais do setor, a francesa Lafarge e a suíça Holcim, mantêm negociações
desde que o presidente venezuelano anunciou a nacionalização do setor, em abril.
O impasse entre a Cemex e
Chávez tem prejudicado as
relações diplomáticas. Em
agosto, a Chancelaria mexicana disse que a empresa estava recebendo tratamento
"discriminatório" em relação às outras cimenteiras.
Até o fechamento desta
edição, nenhum dos dois governos havia se pronunciado
sobre o anúncio da Cemex.
Até agora, o governo Chávez não conseguiu concluir
nenhuma das nacionalizações anunciadas neste ano,
as quais incluem a siderúrgica Sidor, de controle argentino e participação minoritária da Usiminas, e o Banco da
Venezuela, controlado pelo
grupo espanhol Santander.
Ao todo, essas nacionalizações devem custar até US$ 5
bilhões a Caracas, o equivalente a cerca de 12,5% das reservas internacionais do
país, no momento em que o
preço do petróleo, sua maior
fonte de renda, desaba.
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