São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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NACIONALIZAÇÕES

Cemex abre processo contra Venezuela por expropriação

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

A cimenteira mexicana Cemex anunciou ter iniciado um processo de arbitragem contra Caracas por causa da expropriação de suas instalações na Venezuela.
A queixa está no Centro Internacional para Arbitragem de Disputa sobre Investimento (Ciadi) desde 30 de outubro, mas só foi divulgada ontem. A Cemex, a terceira maior do setor no mundo, respondia por 50% da produção venezuelana de cimento.
Em agosto, a empresa foi tomada por militares após 60 dias de negociações impostas pelo governo Hugo Chávez, que teria oferecido metade do US$ 1,3 bilhão exigido pela cimenteira para comprá-la. Outras duas multinacionais do setor, a francesa Lafarge e a suíça Holcim, mantêm negociações desde que o presidente venezuelano anunciou a nacionalização do setor, em abril.
O impasse entre a Cemex e Chávez tem prejudicado as relações diplomáticas. Em agosto, a Chancelaria mexicana disse que a empresa estava recebendo tratamento "discriminatório" em relação às outras cimenteiras.
Até o fechamento desta edição, nenhum dos dois governos havia se pronunciado sobre o anúncio da Cemex.
Até agora, o governo Chávez não conseguiu concluir nenhuma das nacionalizações anunciadas neste ano, as quais incluem a siderúrgica Sidor, de controle argentino e participação minoritária da Usiminas, e o Banco da Venezuela, controlado pelo grupo espanhol Santander.
Ao todo, essas nacionalizações devem custar até US$ 5 bilhões a Caracas, o equivalente a cerca de 12,5% das reservas internacionais do país, no momento em que o preço do petróleo, sua maior fonte de renda, desaba.


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